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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

PQP, Villani

Gustavo Villani celebra final brasileira na Copa Libertadores - Reprodução/Instagram
Gustavo Villani celebra final brasileira na Copa Libertadores Imagem: Reprodução/Instagram

18/08/2022 11h47Atualizada em 18/08/2022 13h11

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Gustavo Villani e eu gritamos juntos.

Ele falou "Puskás que pariu", um trocadilho que remete ao Prêmio Puskás para o gol mais bonito do ano.

Eu fui menos sutil.

Puta que pariu! Que golaço.

Eu, e a torcida do Flamengo.

E a torcida do Furacão.

Puta que pariu deixou de ser um palavrão. Está passando a ser uma interjeição. Serve para comemorar um golaçoaçoaço. Serve para lamentar um golaço. Serve para expressar admiração por um golaço. Serve para vibrar com um casamento e também chega imediatamente após pisar em um caco de vidro.

Gustavo Villani expressou o que todos pensavam. Reagiu como o povo reagiu. Esteve onde o povo estava. Ótimo.

Em termos de comunicação, o efeito foi imediato. Muito melhor do que os chavões que tomaram conta do jornalismo esportivo. Uma linguagem chata, tomada de manuais.

Puta que pariu, nenhum time mais recua. Ele abaixa os blocos. Ninguém pressiona. Avança as linhas. E a intermediária é o último terço. E zona 14 eu não faço ideia do que seja.

Já vai longe o tempo em que os gênios de O Pasquim inventaram o "queospa" como sinônimo de pqp, como forma de evitar a censura. E muito mais tempo faz em que "uma ova" era terrível palavrão.

A linguagem muda. Bem vindo, pqp. Mas, olho, que não se torne outro chavão, outro clichê, outra chatice.