Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O Brasil precisa ouvir Abel Ferreira
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Abel Ferreira chegou ao Brasil como uma incógnita: técnico jovem, sem currículo que impressionasse e trabalhando na Grécia.
Assumiu o Palmeiras em 2020 e, desde então, ganhou duas Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa e um Paulista. Montou um time muito bom, que se defende e também ataca com precisão. Futebol reativo e que impressiona. Nota: foi muito mal nos Mundiais
Mas a importância de Abel não é só pelos títulos. É pelo que tem falado, principalmente em relação ao calendário. E tem falado mesmo quando ganha, como agora no massacre contra o Corinthians.
É impossível hoje o torcedor saber a escalação de seu time, do 1 ao 11, de cabo a rabo. E não só pela possibilidade de cinco substituições, mas, principalmente, pela impossibilidade de manter o mesmo time com jogos a cada três dias, de janeiro a novembro. E com viagens internacionais. Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil simultaneamente, após o Paulista.
Abel diz que e muito desgastante, parabeniza os treinadores brasileiros por trabalharem nessas condições e já apresentou algumas ideias.
São ideias paliativas. Não há muito o que fazer. Eu, por exemplo, sou radicalmente contra o fim dos Estaduais. E, independentemente do que penso, eles não serão extintos, o que melhoraria o calendário. O que se pode fazer é diminuir uma data ou outra.
Mesmo assim, Abel fala. É uma voz respeitada e insistente.
PS - Continuo achando o comportamento de Abel, à beira do campo, lamentável. E algumas entrevistas, desprezíveis. Principalmente duas. Uma em que disse estar com vontade de imitar Renato Gaúcho e dar nomes de jornalistas cujas críticas o incomodavam. E outra, quando explodiu seu eurocentrismo e dizendo que falta concentração no trabalho aos brasileiros.
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