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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Cuba, estupenda, supera Brasil na eficiência e afasta declínio anunciado

Cubano Andy Cruz comemora vitória sobre Keyshawn Davis em final das Olimpíadas de Tóquio - Ueslei Marcelino/Reuters
Cubano Andy Cruz comemora vitória sobre Keyshawn Davis em final das Olimpíadas de Tóquio Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

08/08/2021 12h18Atualizada em 08/08/2021 18h06

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Cuba levou a Tóquio uma delegação de 69 atletas, a terceira menor desde 1960. Ganhou 7 medalhas de ouro. O Brasil levou 302 atletas. Ganhou 7 medalhas de ouro.

A eficiência cubana salta aos olhos, mesmo quando lembramos que o Brasil esteve em seis esportes coletivos, o que significa muita gente - 24 no futebol, por exemplo - em busca de uma única medalha. Mesmo assim, seriam aproximadamente 200 atletas para seis medalhas de ouro.

Tudo indicava um grande fracasso cubano. Vários motivos. A covid atrapalhou treinamentos. A falta de dinheiro impediu judocas de participarem do circuito. Apenas seis se classificaram. Ganharam uma prata. O Brasil, com 13, ganhou dois bronzes. No atletismo, apenas atletas de ponta excursionaram. Silinda Morales, 20 anos, ficou a 19 centímetros do índice para o lançamento de disco. Teve poucas chances para consegui-lo.

E há também as deserções. Yordan Diaz, do salto triplo, deixou o país a um mês das Olimpíadas. Cuba enfrentou ex-cubanos na luta livre, no boxe, no atletismo. É um problema grave que o país não consegue resolver.

Com tantos problemas, a terceira menor delegação desde 1960 conseguiu o melhor desempenho das últimas quatro edições. Foram sete de ouro, três de prata e cinco de bronze, contra cinco de ouro, duas de prata e cinco de bronze no Rio.

E ainda há de se lamentar a prata no salto em distância, com Echevarria conseguindo os mesmos 8m41 do grego de ouro.

A eficiência cubana foi puxada pelo boxe, como sempre. No Rio, eram dez atletas que conseguiram três ouros e dois bronzes. Em Tóquio, eram sete atletas com quatro ouros e um bronze.

Os esportes de combate são o forte de Cuba. Além do boxe, conseguiu dois outros e um bronze na luta, uma prata no judô e um bronze no taecondô.

E como será o futuro? Não parece auspicioso. O boxe vai diminuir de oito para cinco categorias. E é bom lembrar que muitas conquistas viram de veteranos quatro Olimpíadas mas costas, como Mijain López, na luta; Roniel Iglesias, no boxe; e Idalis Ortiz, no judô. É preciso uma renovação.

Olho em Roxana Gomez, 22 anos, dos 400 metros, que diminuiu seu tempo de 51s76 para 49s71. E Ramón Pelier, 20 anos, que será um grande rival de Isaquias Queiroz.

Paris está logo ali, e é possível esperar Cuba novamente entre os 15 primeiros. E, com grande orgulho de não ter nenhum caso de doping, como o Brasil na natação, no vôlei, no levantamento de peso e no judô.