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REPORTAGEM

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Mijain Lopez, o Gigante de Herradura, é o grande nome da Olimpíada

Mijain López, lutador cubano - Ryan Pierse/Getty Images
Mijain López, lutador cubano Imagem: Ryan Pierse/Getty Images

02/08/2021 11h59

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Há esportes tão midiáticos quanto maravilhosos. A natação é um deles. Tóquio mostrou Katie Ledecky ganhando o terceiro título seguido nós 800m, Caleb Dresser com cinco ouros e Ema Mckeon com sete medalhas, quatro de ouro.

E há esportes pouco conhecidos. Não passam na televisão. A luta é assim. E esteve a ponto, no ciclo passado, de ser excluída por falta de apelo.

E é da luta o (um?) grande nome a ser reverenciado. O cubano Mijain Lopez, do estilo greco-romano, ganhou pela quarta vez seguida nos 130 quilos. Estendeu seu reinado de Pequim a Tóquio. Superou Alexandr Karelin, campeão em Seul, Barcelona, Atlanta e prata em Sydney.

Após a vitória no Rio, Mijain deixou no ar a possibilidade de não ir a Tóquio. Pouca gente acreditou. E os estrategistas cubanos traçaram um plano para deixá-lo em boas condições físicas.

Ele foi preservado ao extremo. Disputou apenas o Pan de Lima e da Liga Alemã. Não esteve no pré Olímpico. A vaga é do país e não do lutador e foi conquistada por seu sparring, Juan Pino. Que disputou dois Mundiais, ficando com dois bronzes.

Havia, então, suspense e expectativa sobre a forma física. Durou pouco. Desde a entrada no colchão, foi possível ver que o Gigante de Herradura (sua cidade natal) estava muito bem.

Os resultados foram surpreendentes mesmo para um tricampeão. Ganhou as duas primeiras por superioridade técnica, que interrompe a luta. Venceu por 8 x 0. Depois, 2 x 0 e 5 x 0.

A grande luta foi pela semi, contra o turco Riza Kayaalp, seu grande rival, o único que o derrotou em Mundiais, por duas vezes. E que havia perdido para ele, no Rio e em Londres.

A rivalidade é grande. No Rio, faltando poucos segundos, Mijain começou a sambar. E em Tóquio, beijou a cabeça de Kayaalp. Não era uma bandeira branca. Um sinal de paz. "Beijei para mostrar que eu sou o seu papai. E onde estou, ele não ganha nada'', disse Mijain.

Ele é ídolo em Cuba, uma estrela pop. E não há cubano que não pense em uma quinta medalha. Afinal, Paris-24 é logo ali na esquina.