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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

É errado culpar o Vadão, morto há um ano, pela eliminação da seleção

Seleção brasileira feminina abraçada durante decisão de pênaltis contra o Canadá - Philip Fong/AFP
Seleção brasileira feminina abraçada durante decisão de pênaltis contra o Canadá Imagem: Philip Fong/AFP

30/07/2021 13h41Atualizada em 30/07/2021 14h13

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O Brasil perdeu para o Canadá nós pênaltis. Poderia ter ganho. Poderia ter perdido. Um resultado normal. Não li ninguém apontando a seleção como favorita ao ouro.

A derrota normal - Canadá não é Zâmbia - trouxe reações descabidas. A das jogadoras, em primeiro lugar, como se tivessem cometido um crime. Sofrer com a derrota é prova de caráter. Sofrer além da conta, é coisa de quem está sob pressão injusta e exagerada.

Marta, a grande jogadora que pode estar se despedindo, pede para que se forem culpar alguém que culpem as veteranas.

Culpar do quê?

A segunda reação é trazer o nome de Vadão à tona. Nada contra alguém dizer que o trabalho dele foi ruim. Nada.

Agora, colocar o seu trabalho como parte da eliminação, acho muito errado. Pia Sundhagen assumiu em 29 de julho de 2019, há dois anos. Um tempo suficiente para que seu trabalho seja analisado por si. Se recebeu um mau trabalho, teve tempo de colocar suas ideias.

O time jogou bem?

A Bárbara deveria ter continuado?

A Cristiane deveria ter sido chamada?

Está na hora de uma renovação radical ou moderada?

A renovação deve ser comandada pela Pia? Ou outro profissional?

São perguntas que nada têm a ver com Vadão, morto há um ano e um mês

Ficar falando em guerreiras, meninas, injustiças, perseguições do século passado não ajudam.

E nem culpar o Vadão.

Mesmo por que, com ele, a seleção ficou em quarto na Rio-16.