Crespo trata garotos como adultos, com atenção, cobrança e sem privilégio

"Como tem jogador bom aqui no São Paulo. Como tem revelações em Cotia". As frases são ditas constantemente por Hernán Crespo que chegou ao São Paulo sabendo que o orçamento para novas contratações era baixo, em torno de R$ 25 milhões de reais, além dos R$ 12 milhões destinados ao salário dele e auxiliares.

Ele, então foi apresentado a Cotia. Ficou maravilhado com a estrutura. E tratou de fazer algo tão sonhado e perseguido nos últimos anos: a integração da base com o profissional.

Para está missão, Crespo utilizou dois parâmetros.

1) Ninguém iria subir apenas por ser da base. Teria de conquistar seu espaço. "Não vou dar nada a ninguém. É preciso conquistar o privilégio de jogar aqui".

2) O tratamento dado ao jovem da base é extremamente profissional, com alta dose de atenção e cobrança, como diz Carlos Belmonte, diretor de futebol.

"Quando o time sub-17 vem treinar com o profissional, não é tratado como sparring. Ele dá a mesma atenção aos garotos que ao time profissional. Mostra na prancheta o que cada um tem que fazer. Traça um plano de jogo e cobra muito".

A atenção à base fez com que o São Paulo desistisse da contratação de Gabriel Neves, o volante uruguaio do Nacional, conhecido pelo bom passe. Crespo, que havia recomendado Neves, avisou que Rodrigo Nestor era melhor.

E, se foi através dos treinos, que Nestor ganhou status, foi também assim que perdeu espaço para Luan e Liziero, jogadores que combatem mais.

Gabriel Sara ganhou espaço com Crespo mesmo sem jogar. O treinador, antes de chegar ao São Paulo, viu muitos vídeos e gostou muito de Sara. Hoje, é títular, dando suporte a Benítez e Reinaldo, além de atacar bastante.

Tales Costa é outro jogador que agrada muito a Crespo. Pode atuar contra o Racing. É um dos meninos que cresceram por serem tratados com respeito, atenção e cobranças. Como homens.