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OPINIÃO

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Corinthians se livra de Cazares, o talento em doses mínimas e aleatórias

13/04/2021 12h28Atualizada em 14/04/2021 15h29

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Jorge Maringá era um seresteiro de Aguaí. Tinha um violão afinado, uma voz grossa e nenhuma vontade de agradar.

No bar, cercado por amigos e fãs, cantava e era acompanhado por um coro de bêbados. O repertório ia de Altemar Dutra a Nelson Gonçalves e outros gigantes.

Era um deleite, mas sempre sujeito aí humor de Jorge. Se você pedisse A volta do Boêmio, por exemplo, Jorge olhava e dizia "você gosta hein" e não cantava.

Jorge distribuía migalhas de seu talento.

Cazares é assim. Com uma agravante: Jorge não aceitava dinheiro.

O Corinthians vive um momento de incertezas, dentro e fora de campo. É um círculo vicioso: a dívida é enorme, o que influencia na qualidade do elenco.

Clube endividado e time ruim, apesar dos bons resultados. É preciso agir.

O presidente Duílio Monteiro Alves, que também é culpado pela situação - era diretor de futebol - resolveu enfrentar a dívida. Opção correta.

A ideia é ter um time comprometido, lutador e mais barato. Cazares não se enquadra em nenhum dos parâmetros.

Tem muito mais gente que precisa sair. É preciso buscar na base - que nem parece tão promissora - e apostar no departamento de scout. Desde que não tragam nomes como Leo Natel ou Jonathan Cafu.

Com calma, competência, sem medo de cortar na carne e sem preguiça, o Corinthians supera o mau momento.