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Menon

Tite e sua quadrilha sem brilho, sem drible, sem tabela, verdadeiro pebolim

14/11/2020 11h32

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Organiza no pé....

Vai rodar de novo..

As orientações de Tite, gritadas a plenos pulmões, contra a Venezuela, me trazem lembranças da infância.

Casa de Adolpho Símon, meu avô.

O compadre Gumercindo comandava a quadrilha.

Olha a cobraaaa....

A ponte caiu....

Caminho da roça...

E a molecada dançava.

Tudo coreografado. Tudo certinho, sem improvisação.

Compadre Gumercindo era o chefe. Todos obedeciam para que a quadrilha desse certo.

Tite é mais duro que Gumercindo. Ao contrário do compadre, ele não réplica velhos temas, tradicionais e já conhecidos.

Tite cria a sua dança e todos precisam se adaptar a ela. À força. À fórceps.

A ideia é ter cinco atacantes.

1) Renan Lodi joga aberto na esquerda. Recebe a bola e cruza. Mas há pouco enfrentamento com o lateral. Não seria melhor colocar Cebolinha, o destaque da Copa América? Para implantar seu estilo, Tite abriu mão de Cebolinha.

2) Gabriel Jesus fica espetado na direita, esperando uma inversão de jogo, dos volantes ou de Thiago Silva. Novamente, não tem enfrentamento, não tem drible. Seria muito melhor com Marinho. Pelo menos em parte do jogo. Imagina que será convocado..

3) Para ter Renan Lodi e Jesus espetados, Tite abre mão da parceria lateral/ponta. Os laterais são os tais construtores. Jogam pelo meio, com os volantes. Sorte para Gabriel Menino, que pouco fez para ter lugar na seleção. A não ser se adaptar ao desenho de Tite.

Uma quadrilha chata, bidimensional, em que ninguém pensa fora da caixinha. O volante não infiltra e arrisca um chute de longe. Não busca uma parceria com o meia. Os pontas não tabelam. Não há triangulação.

É a quadrilha do desânimo.

É o pebolim em campo.