MAC: apoio a Diniz, sem pressa por Ceni e mudança de diretores
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Amigos,
Fiz uma entrevista com Marco Aurélio Cunha, pré-candidato à presidência do São Paulo. A intenção, antes de questionamentos duros, é expor suas ideias. As mesmas perguntas serão feitas a Júlio Casares, também pré-candidato, assim que ele me receber.
1) Por que deseja ser candidato?
A candidatura se fortaleceu após um movimento interno no clube. Fui convidado pelos conselheiros Jacobson, Ferreira Alves e Médici para encabeçar uma chapa. E há também um movimento de fora para dentro, com são-paulinos que pedem minha candidatura. No táxi, shopping, nas mídias sociais. Um apelo muito grande. Não posso passar minha vida sem tentar.
2) Você é candidato de oposição ao Leco?
Eu votei no Leco e esperava uma gestão mais vencedora. Não se deu, por várias razões. Mas o mandato dele acabou e não faz sentido fazer oposição. Minha oposição é à chapa da Situação, que tem a presença de conselheiros e diretores que participaram desta e de todas gestões anteriores e que desejam continuar. Tem gente boa? Tem. Mas o São Paulo precisa de renovação. Conselheiros e diretores serão mudados. Sou oposição a quem deseja continuar, apesar dos fracassos.
3) Como fazer o São Paulo ser campeão?
Participei de um ciclo vitorioso, de 85 a 89. E de outro, a partir de 2002. Em ambos, a situação financeira não era boa. Havia dificuldades.
Nos dois ciclos, é fácil ver que havia jogadores muito competitivos, apesar de não terem o brilho das grandes estrelas. Em 1986, o São Paulo venceu o Guarani nos pênaltis, com a cobrança de três reservas, Fonseca, Rômulo e Vagner Basílio. Em 2003, contratamos muitos jogadores jovens e até desconhecidos. E fomos campeões do mundo com Fabão, Edcarlos e Lugano. São tão importantes como craques que falham na hora H. É importantíssimo ter craques como Daniel Alves, mas também coadjuvantes de mentalidade vencedora.
Como enfrentar a dívida?
É uma situação extremamente preocupante. O primeiro passo é definir o perfil. O que é curto, médio e longo prazo. E começar uma grande renegociação com juros mais baixos.
É preciso diminuir o custo operacional. Temos excelentes funcionários, muitos significativos e iremos ficar com os mais importantes. E é preciso buscar dinheiro. Vivemos de uma tríade formada por patrocinador + venda de jogadores + cota da televisão. E tem o dinheiro do programa Sócio Torcedor, que não soubemos trabalhar bem.
Precisamos de outras fontes, como e-commerce, novidades tecnológicas e uma nova relação com os torcedores. Precisamos de um trabalho operacional importante.
É a favor de aumentar o colégio eleitoral?
É estranho. Se não abre, fica pouco democrático. Se abre, o clube fica sujeito às emoções de quem tem um interesse momentâneo pelo clube, quem age a partir de resultados apenas.
O assunto precisa ser estudado. O sócio torcedor pode ter direito a voto em um novo ciclo, se tiver uma assiduidade comprovada. Pode-se criar uma metodologia para isso.
Dizem que o sistema do São Paulo é ultrapassado, mas foi assim que se construiu a grandeza do clube.
Rogério Ceni será o novo treinador?
Aprendi com o ex-presidente José Douglas Dallora que o melhor técnico do São Paulo é o que está no cargo. Vamos respeitar o Diniz, que tem feito bom trabalho.
E é preciso respeitar também o técnico dos outros clubes. Respeitar o Fortaleza, que acolheu o Rogério e teve ótimos resultados. O Rogério será técnico do São Paulo um dia. Com certeza. Mas é preciso esperar a hora certa.
Você será presente no vestiário ou o executivo de futebol terá plenos poderes?
Ninguém tem plenos poderes. Nem o Presidente da República. Precisa estar em concordância com as aspirações da sociedade. Eu estarei no vestiário porque sempre fui ligado ao futebol. Estarei apoiando e cobrando, mas de maneira discreta. Sei que o vestiário é um lugar sagrado.
Como avalia o trabalho de Raí e Lugano?
Se você olhar os resultados no campo, foi mal. Mas eu não posso julgar porque não acompanhei. Não sei quais foram as circunstâncias, se tiveram de se submeter a desejos e pressões.
São duas pessoas corretíssimas, o Lugano é ótimo para representar o clube na Conmebol. O Raí não pode nunca ter sua imagem arranhada.
Como vai tratar a base?
Cotia é a parte mais importante do São Paulo. Ali se formam jogadores espetaculares, que não dão recall, que não batem e voltam.
É importante perceber que um time de futebol abarca na mesma escalação jogadores de 17 a 37 anos, algo assim. Então, é difícil ter sete ou oito titulares vindos da base. São revelações de 28 anos lutando com jogadores de 28. Por isso, é importante ter um time sub-23 porque nem todos estão maduros ao mesmo tempo. Alguns, como Hernanes e Jean demoram mais.
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