Neymar, o Menino-Rei, está voltando
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Todo menino é um rei, cantava - e como cantava- o grande Roberto Ribeiro. Todo rei precisa ter muito de menino. Falo de futebol, é claro. Talvez valha para outros reis e governantes.
Além (ou apesar) de todas as táticas e recomendações, de toda a preparação física e psicológica, o jogador precisa carregar consigo o lado lúdico do futebol. Deve jogar profissionalmente com a mesma energia e alegria com que chutou a primeira bola, com que deu o primeiro drible.
Neymar está assim. Em entrevista ao Daily Mail disse que ama o futebol e que está se sentindo feliz em campo.
Como um menino-rei, eu diria.
Neymar sempre foi solução. Desde que, com 13 anos, participou de um jogo entre amigos de Barrichello x amigos de Schumacher. É o tipo de jogador que todo mundo parava para ver.
Quando Neymar não foi solução? Quando perde a alegria, na Copa América em que foi expulso contra a Colômbia. Não estava sabendo lidar com os problemas com o fisco.
Quando mais? Quando trocou a alegria pela malandragem. Em vez do drible, optou pela queda. Deixou de ser um menino alegre para ser um bobo da corte. O futebol deixou de ser algo lúdico para ser malandragem misturada com esperteza. Não levantou estádio, apenas caiu na grama.
Neymar disse também que não pensa em ser o número 1, apenas em jogar bola e ganhar a Liga dos Campeões.
Importantíssimo. Corretíssimo. O caminho para ser o melhor é não se pautar para ser o melhor. É jogar e desfrutar. Como um menino.
O que não pode é ser menino fora de campo. Brigar com torcedor, discutir com companheiro, ser desleal em campo.
Neymar precisa disso. Ser menino em campo e profissional fora dele. Sair da barra da saia do papai e respeitar o clube. Se fizer isso, estará mais perto de recuperar seu espaço.
Se não for o número 1, que seja o número 10. Contanto que leve alegria a todos que amam futebol.
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