Mauro Cezar Pereira

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OpiniãoEsporte

Não existe liga no futebol brasileiro, onde TODOS seguem pensando só em si

As discussões sobre divisão de receita pegam pra valer no Brasil. Pena que não exista tamanha movimentação quando o tema é inexistência de Fair Play financeiro. Ou salários atrasados, mecenato, calotes, piso artificial... O calendário pífio que ainda alteram no meio da temporada, definindo competições. E a possibilidade de aventureiros comprarem clubes para efetuar suas manobras, entre outros temas.

Em meio a discussões sobre dinheiro do direito de transmissão do Campeonato Brasileiro, logo surgem as comparações entre o que se passa no Brasil e em ligas europeias na distribuição da grana. Mas não comparam o fato de lá existirem regras contra tudo o de ruim que o desregulamentado futebol brasileiro permite. Querem colocar tudo isso num liquidificador, bater e ver se assim sai uma liga de verdade?

No meio disso tudo, confundem a discussão da divisão do dinheiro dos direitos de transmissão com a formação de uma liga, fazendo parecer que a existência da mesma dependeria apenas disso. Na verdade existem vários aspectos importantes que deveriam ser abordados e discutidos. O que envolve tal receita é apenas um deles. E a única coisa que as duas supostas ligas fazem atualmente é tratar disso.

Sabemos que o cenário é aquele no qual cada um tenta ver o melhor pra si, independentemente de qualquer outra coisa. Não existe pensamento coletivo. Um exemplo? Teve clube grande saindo de uma liga e indo para outra para ganhar mais dinheiro, esvaziando a liga que deixou. Pura e simplesmente porque recebeu uma proposta que considerou melhor, o que no caso específico era até discutível.

O pensamento individual impera, não é exclusividade de rigorosamente ninguém. Quando mexem absurdamente no calendário, clubes inegavelmente prejudicados pela alteração vêm a público concordar com a alteração em tom de elogio. Por interesses políticos, ao que tudo indica, afinal, parecem evitar ao máximo qualquer confronto com a CBF, ao contrário de outro afetado pela mudança, que protestou.

Sejamos diretos. Onde existe união? Traições, mudanças de lado, subserviência a entidades como federações estaduais e a confederação nacional, são parte da trajetória da cartolagem brasileira. Sempre foi assim e provavelmente nunca mudará. O que está acontecendo agora nada mais é do que um capítulo dessa história.

O ditado popular "farinha pouca, meu pirão primeiro" resume o egoísmo de quem prioriza seus próprios interesses. Na prática, ele é o lema de TODOS os clubes.

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