Mauro Cezar Pereira

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OpiniãoEsporte

Não se trata da síndrome de vira-latas, mas de honestidade com o torcedor

Os times europeus são superiores aos dos outros continentes por uma simples razão: dinheiro. Quem nasce na Europa não joga mais futebol do que os oriundos da América do Sul, África ou Ásia, por exemplo. Os clubes do Velho Mundo simplesmente compram os melhores jogadores nos quatro cantos do planeta.

Jogos do novo torneio da Fifa devem ser vistos como uma oportunidade de enfrentamento com adversários incomuns, de outras partes do mundo, não apenas europeus. E no caso específico deles, por serem mais poderosos, repito, devido ao fator financeiro; o desafio é mais do que tentador, vencer um deles sempre será um feito.

Evidentemente na Europa há equipes mais fortes do que as melhores brasileiras por exemplo, do mesmo nível e inferiores. Os duelos no antigo Mundial eram cruéis quando ocorriam, pois o único europeu que participava era o melhor time do continente mais rico. Nesse novo formato, outros, bons mas não tão fortes, participam, elevando as chances dos demais.

Mas é um erro tomar como referência dois empates sem gols contra conjuntos que estão abaixo do grupo de elite (técnica) do futebol da Europa como se fossem realinhar o nível de equipes e campeonatos. Por que o envolvimento dos participantes, a motivação não é igual. E o estágio físico abaixo de quem está em final de temporada diminui distâncias.

Obviamente se um time da Europa está mais fragilizado fisicamente por ter encerrado uma temporada há poucas semanas, o problema é dele. Os oponentes tentarão vencer e se conseguirem celebrarão. Muito. E o farão por saberem que terão batido um time que vem do futebol mais rico, e consequentemente forte, que há.

Em resumo: se um time não europeu derrotar, ou mesmo adiante eliminar um representante do continente mais endinheirado, será motivo de muita comemoração. Mas depois que a Copa do Mundo de Clubes da Fifa acabar, a Premier League, a Champions, La Liga e outros certames seguirão mais importantes para seus participantes.

E mais fortes tecnicamente. Por que lá está o dinheiro, que levará, por exemplo, a maior revelação do futebol brasileiro no último ano, Estêvão, que vai embora do Palmeiras. E isso não é opinião, mas a realidade. Não perder contato com ela é fundamental e lembrar o torcedor de que as coisas são assim uma obrigação da imprensa que não vende ilusão.

Não é síndrome de vira-latas, mas uma questão de honestidade.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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