Duelos iniciais no Mundial de Clube geram comparações precipitadas e ilusão
Não houve vitória de latino-americano sobre europeu nesses primeiros jogos do Mundial de Clubes da Fifa, mesmo assim, um onda ilusória se espalhou no Brasil. De maneira absolutamente pueril, o fato de os times brasileiros não terem perdido e passarem perto de vitórias faz muitas pessoas compararem o que não se pode comparar.
No modelo menor do torneio, habitualmente disputado em dezembro, os times brasileiros tinham contra si o fato de entrarem em campo no final da temporada. Agora são os clubes da Europa que chegam ao certame nessa situação. E sem a mobilização sul-americana para esse tipo de competição, que é muito maior.
E é maior pelo simples fato de que os times da Europa não tratam o Mundial como os de outras partes do mundo. Sim, os demais não têm nada com isso, mas esse fato não pode ser ignorado, pois tem peso imenso no que se vê em campo, não permite que conclusões sejam tiradas porque um dos lados não se empenha ao máximo.
Isso acontece aqui nos Estados Unidos muito claramente. Jogadores que já deveriam estar de férias tiveram que adiá-las para jogar na América do Norte um torneio que até então não existia. Obviamente a motivação é menor, o interesse passa longe de ser o mesmo. Não, realmente não é possível tirar conclusões por esses (poucos) jogos.
Você poderá se perguntar, e provavelmente já o e está fazendo: e o que os demais têm com isso? Nada. Por isso quem tiver a chance de derrotar um adversário da Europa deve buscar a vitória e saboreá-la. Até porque nos fracassos em fim de ano nas competições realizadas até então eram os sul-americanos, por exemplo, em final de temporada.
Podemos e devemos parabenizar o bom desempenho de um time brasileiro contra qualquer adversário no Mundial de Clubes. Mas chega a ser ingênuo esticar esses elogios até as comparações que vêm sendo feitas. Ou alguém acha que os pequenos times argentinos seriam campeões brasileiros se disputassem a Série A por que o Central Córdoba venceu o Flamengo no Maracanã?
Opinião
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