Alterado, estatuto da CBF dá poder às federações, que mandam, não os clubes
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Os clubes de futebol das Séries A e B do campeonato brasileiro se uniram, em maioria. Estão juntos em torno de um nome para a presidência da CBF, o de Reinaldo Carneiro Bastos, que em abril completou uma década como presidente da Federação Paulista de Futebol.
Mas de nada adiantará se as federações estaduais preferirem outro. Elas mandam desde de que o estatuto foi alterado, em 2017. A mudança ocorreu sob a presidência interina de Antônio Carlos Nunes, o "Coronel" Nunes, que assumiu após suspensão de Marco Polo Del Nero pela Fifa.
Tal alteração aconteceu ante o silêncio também da maioria dos clubes. Houve reações, contudo tímidas diante de modificação tão importante. Os votos das 27 federações estaduais passaram a ter peso três, os dos clubes da Série A dois e os da Série B peso um.
Com isso, se todas as entidades representantes dos Estados brasileiros apoiarem em um só nome, ele terá 81 votos. Caso os 40 clubes das duas principais divisões do futebol façam o mesmo em torno de outro candidato, somarão apenas 60 votos. Um escândalo.
E nem é preciso unanimidade entre as federações. Caso 24 se unam em torno de alguém, somarão 72 votos, os 40 clubes das Séries A e B somados às entidades restantes teriam no máximo 69. É praticamente impossível derrotar a escolha dos cartolas estaduais.
A alteração do estatuto foi aprovada em assembleia geral com participação das 27 federações. Clara manobra para limitar o poder de decisão das agremiações, que são a razão da existência do futebol. Mas não houve uma revolta, uma reação compatível com tal bizarrice.
Agora os clubes ensaiam reagir diante da possibilidade de a CBF ser comandada por Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense. Ele tem apoio de 19 entidades estaduais. Na matemática ainda é difícil, mas possível os clubes vencerem. E na política?
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