Mauro Cezar Pereira

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A derrota do City de Guardiola para o Crystal Palace fez bem ao futebol

Foram muitos os títulos conquistados pelo Manchester City desde que virou novo rico. Primeiro com dinheiro injetado pelo ex-primeiro ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, e principalmente quando este vendeu o clube aos Emirados Árabes Unidos.

A avalanche de troféus tornou-se real quando Pep Guardiola desembarcou por lá. A reunião do maior técnico de futebol da atualidade com os chamados petrodólares resultou em times fortes e vencedores. Tudo o que é possível os Citizens ganharam.

Mas o futebol não aceita desaforo, não tolera uma hegemonia absoluta, eterna, longe disso. Se o Real Madrid vai fechar a temporada sem título, por que o Manchester City não poderia passar pela mesma situação? É o que acontece.

Campeão da Copa da Inglaterra, o Crystal Palace é um time de bairro, do sul de Londres, região nada turística e mais pobre do que áreas nobres da capital inglesa, como a que abriga outro (ainda novo) rico e campeão, o Chelsea. E a sua torcida é especial.

Sim, especial porque alguém que mora na Inglaterra e escolhe o Palace para torcer ama mesmo aquele clube. Seu estádio, o Selhurst Park, com pouco mais de 25 mil lugares, tem lotação máxima sempre. O time nunca está sozinho.

O Crystal Palace tem 166 anos, sua cancha 101 e o sonhado título na elite do futebol inglês levou todo esse tempo para chegar. A reação dos torcedores que ocuparam meio Wembley, estádio para 90 mil almas, gerou imagens emocionantes.

Fosse campeão o City, seria mais uma taça para quem passou a última década levantando-as. Ganhou cinco Copas da Liga, três vezes a FA Cup e seis edições da Premier League, além de uma Champions, uma Supercopa da Uefa, uma Recopa da Uefa e um Mundial.

O Crystal Palace finalmente ganhou um título depois de perder duas finais da FA Cup, a Copa da Inglaterra, mais antigo torneio de futebol do mundo, criado em 1871. Mas para sua apaixonada torcida, essa taça vale tanto quanto a coleção recente do City de Guardiola.

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