Mauro Cezar Pereira

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Ingresso menos caro do Flamengo custa o dobro do que cobra o Corinthians

O elevado valor dos ingressos em jogos do Flamengo fica mais desproporcional quando comparados aos do Corinthians. Os rubro-negros desembolsam bem mais para, no Maracanã, ficar em setor equivalente na Neo Química Arena. No comparativo geral, a diferença chega aos 100%, com ingressos a partir de R$ 20 nas pelejas do campeão paulista e R$ 40 nos cotejos do bi carioca.

Como o borderô de Corinthians x Sport ainda não está disponível no site da CBF, utilizamos como referência a rodada anterior, quando os dois clubes de maior torcida no país estiveram em campo na mesma noite. O Corinthians foi derrotado pelo Fluminense por 2 a 0, enquanto o Flamengo goleou o Juventude por 6 a 0 em 16 de abril de 2025, ambos atuando em seus domínios.

Os ingressos no Maracanã partiram de R$ 40 na área denominada "sul", onde penas 1.842 rubro-negros puderam entrar pagando tal quantia. Detalhe: 1.138 (61,7% desse grupo) com direito à meia-entrada, sendo todos os demais 704 sócios-torcedores, ou seja, pessoas que, além do ingresso, para ver os jogos encaram mensalidades de R$ 61, R$ 150 ou R$ 350.

Já nos setores leste e oeste, esses que desembolsam uma quantia mensal deixaram, respectivamente, R$ 70 e R$ 90 para ver a goleada sobre o conjunto gaúcho. Isso significa que dos 28.931 pagantes, 6,37% tiveram a possibilidade de ver a partida pagando R$ 40. Com os chamados bilhetes "promocionais" entram na conta mais 2.916 por tal valor, resultando em 4.054 (14% do total).

Já em Corinthians x Fluminense, excluindo os ingressos de camarote, "relacionamento" e "venda proibida", que no borderô aparecem ao preço de R$ 20, o tíquete mais acessível custava R$ 35. Foi quanto pagaram 8.532 corintianos, integrantes do programa Fiel Torcedor (mensalidades de R$ 24, R$ 60 e R$ 300), no setor norte, além de 3.839 sócios-torcedores no sul, totalizando 12.371.

Dos 41.138 pagantes, cerca de 30% desembolsaram tal cifra. Uma curiosidade: no borderô da Neo Química Arena, 8.050 (quase 20%) lá estão como "Venda proibida", acompanhado do valor de R$ 20. Outros 3.671 (quase 9%) aparecem como "relacionamento", também a R$ 20. Assim, conclui-se que 24.092 (58,6%) pagaram entre R$ 20 e R$ 35, ou nada, já que 8.050 eram de "Venda proibida".

No Maracanã, 12.840 (44,3% do total) "morreram" em R$ 50 para ficar na arquibancada norte, mesmo sendo integrantes do Nação Rubro-Negra, ou com direito à meia-entrada. Isso significa um ingresso a preço 42% mais elevado do que o valor desembolsado pelo Fiel Torcedor que ocupou setor de mesmo nome, atrás do gol à esquerda, onde ficam as organizadas, em Itaquera naquela noite.

Conclusão: o preço mais acessível no jogo do Flamengo era bem mais caro do que no do Corinthians, que tinha quase 59% desembolsando no máximo R$ 35, enquanto no Rio de Janeiro só 14% pagaram R$ 40. Se incluirmos os dos ingressos de R$ 50 no Maracanã, foram 16.894, então chegamos ao número próximo do registrado em Itaquera: 58%.

Com a diferença fundamental, R$ 20 a R$ 35 os tíquetes mais acessíveis em São Paulo, R$ 40 a R$ 50 os menos caros no Rio de Janeiro. Chega a ser 100% mais elevado, o dobro! Não é difícil entender porque a Neo Química Arena sempre tem mais de 40 mil pessoas. A atual gestão do Flamengo segue preferindo uma cadeira vazia a um rubro-negro que não pode pagar tanto sentado nela.

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Fonte: site da CBF, borderôs de Corinthians x Fluminense, clique aqui e acesse; e Flamengo x Juventude, clique aqui para acessar.

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