Mauro Cezar Pereira

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Se Bruno Henrique não provar inocência, punição deverá ser de outro patamar

O suposto envolvimento de Bruno Henrique em ações com intuito de beneficiar apostadores é espantoso. Custa a crer, partindo da ideia de que são autênticos os diálogos vistos nos prints de WhatsApp divulgados pela Policia Federal.

Sim, suposto, porque ele tem direito à sua versão, embora as evidências façam defendê-lo parecer missão quase impossível. São diálogos mais do que comprometedores. Supera os limites do absurdo alguém tão bem remunerado se envolver nisso. E por tão pouco, proporcionalmente.

Sem falar no mais relevante e muitas vezes deixado à margem nas discussões sobre tais episódios: é desonesto forjar ou combinar ações com o objetivo de lucrar com apostas. Só isso bastaria para encerrar qualquer debate.

Seria até certo ponto compreensível se falássemos de jogador mal pago, de vida humilde. Eventualmente endividado e desesperado em meio a incontáveis problemas econômicos, inclusive. Evidentemente não é o caso.

Atletas que ganham pouco e passam por apertos financeiros são, claro, mais vulneráveis à tentação, embora o crime seja o mesmo. Há atenuantes em determinadas situações, como as que levam a atitudes desesperadas.

Mas quem figura entre os mais bem remunerados não tem pretexto algum. É uma situação ainda mais indefensável. Por que fazer isso? E, santa ingenuidade, as pessoas acham mesmo que ninguém descobre tais armações?!

A responsabilidade, agora, é de CBF e STJD. Se Bruno Henrique não provar inocência, a punição terá de ser exemplar. Para ele e qualquer um outro. E se ficar comprovado o seu envolvimento, terá sido uma tolice gigantesca, uma tolice de outro patamar.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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