Mauro Cezar Pereira

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Sem um mecenas, o Vasco precisará da união dos vascaínos para se reerguer

A derrota do Vasco para o Flamengo no clássico de sábado à noite, no Maracanã, passou longe de ser mais uma decepção para o torcedor vascaíno. Foi um daqueles jogos que machucam, que incomodam, o que deixam sequelas.

Diante do seu maior rival, mais uma vez, o time foi presa fácil. O placar de 2 a 0, definido apenas nos minutos finais com o gol de Everton Cebolinha, não traduziu o que foi o cotejo em seu cômputo geral.

Quem acompanhou a partida com o mínimo de atenção percebeu a abissal distância entre os dois velhos adversários. No primeiro tempo, o Vasco praticamente não conseguiu jogar, foi um time acuado, incapaz de trocar passes e com dificuldades para chegar no campo ofensivo.

O Flamengo, como de hábito, dominou mas teve enorme dificuldades para transformar a sua supremacia em vantagem do placar. Por isso, quem viu apenas os melhores momentos, pode imaginar que houve certo equilíbrio.

Após o intervalo, o time de Fábio Caribe conseguiu reagir e durante cerca de 15 minutos finalizou com algum perigo. E até criou uma grande situação com Vegetti cabeceando no travessão de Rossi.

Mas esse período no qual o Vasco conseguiu pelo menos ameaçar o Flamengo foi muito curto e logo depois o técnico Felipe Luiz retomou o controle da partida. Bastou fazer substituições que fizeram com que tudo voltasse ao que era.

O Vasco tem apenas duas vitórias nos últimos 30 jogos contra o Flamengo, que por sua vez venceu 16 dos últimos 20 confrontos. Isso significa incríveis 80% de vitórias no período. Nunca se viu algo assim na história do "Clássico dos Milhões".

Obviamente é difícil para o Vasco da Gama sair dessa situação em pouco tempo, para voltar a enfrentar o seu antigo oponente de forma mais competitiva. Ainda mais depois que o sonho da SAF se esfarelou com o fim da 777.

Essa disparidade apenas confirma o quão prejudiciais foram gestões que passaram pelo clube. Gestões que o fizeram mergulhar nos rebaixamentos, em repetência na segunda divisão e derrotas seguidas para o principal e mais importante adversário.

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Uma série de insucessos que, para piorar, não parece ter solução pelo menos no curto prazo. Um momento nebuloso que impede qualquer pessoa em sã consciência de projetar soluções imediatas para os inúmeros problemas que afligem os vascaínos.

O clássico Vasco e Flamengo precisa ser salvo. Pelo bem do futebol, seria fantástico que os dois voltassem a protagonizar em embates emocionantes de grande e saudável rivalidade, como vimos por décadas e décadas.

Mas hoje isso parece muito distante, e tal cenário deveria bastar para que todos os apaixonados pelo clube de regatas Vasco da Gama se unissem em torno da recuperação do time de futebol. Independentemente de vaidades e diferenças políticas que há tanto tempo agitam São Januário.

Se isso não acontecer e não surgir um mecenas, um salvador da pátria, é possível, ou melhor, provável que o Flamengo continue ampliando a sua marca histórica. Com supremacia ainda maior sobre o seu tradicional adversário. E jogos como de sábado se repetirão.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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