Mauro Cezar Pereira

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Palmeiras eliminado porque foi pífio no Rio, apesar de tanta boa vontade

Os aplausos de torcedores do Palmeiras ao time após o apito final foram de enorme boa vontade. Como as análises estilo agenda positiva que tentam elevar a um nível mais alto um time que nos sete últimos jogos perdeu quatro, empatou um e venceu dois, o mais recente inutilmente, pois não impediu a eliminação para o Flamengo.

Mais uma declassificação em casa, a sexta nas quatro últimas temporadas, o que não é um dado irrelevante. Antes o time saiu de certames mata-mata duas vezes diante do São Paulo (Copa do Brasil de 2022 e 2023), Athletico (Libertadores 2022), Boca Juniors (Libertadores 2022) e CRB (Copa do Brasil 2021).

Mesmo assim há quem tente vender uma narrativa positiva nesses casos. O time paulista saiu da Copa do Brasil porque conseguiu ser, no Maracanã, pior do que o Flamengo no Allianz Parque. Em uma semana pessoas esqueceram o que a equipe não jogou no Rio de Janeiro.

Os números do SofaScore mostram na soma dos dois cotejos equilíbrio. A posse de bola do Palmeiras em casa foi de 59%, a do Flamengo quando mandante 60%. Na soma de finalizações 24 a 22 para os rubro-negros, que também acertaram mais o alvo (7 a 6). Em grandes chances, 3 a 1 para o time carioca.

Mas se na peleja de ida os palmeirenses nem sequer finalizaram certo ou criaram qualquer jogada de perigo, o time de Tite, mesmo em pífia e patética partida, teve chance com Pulgar, que chutou para fora, e um lance no mínimo discutível. Murilo amorteceu, com o braço esticado, a bola que poderia ser dominada por Pedro pertinho da meta alviverde.

Caso alguém queira tornar o debate sobre arbitragem mais abrangente, podemos recordar a não expulsão de Raphael Veiga na semana passada. E se não existisse VAR, o primeiro gol do Palmeiras, legal, seria anulado e o segundo, em impedimento, validado. Reclamações do gênero depois desse jogo beiram o patético.

E se a primeira metade da etapa inicial foi de um Palmeiras insinuante e que criou muitas oportunidades, tanto que naquele período abriu o placar, depois disso a equipe não foi muito além de cruzamentos (49 no total). Das 20 finalizações, 13 foram no primeiro tempo e na segunda etapa só um arremate certo dos seis acumulados em 90 minutos. A queda foi gradativa, faltou repertório ofensivo mesmo.

Alguém poderá dizer que o bicampeão brasileiro merecia vencer por mais de um gol. Sim, é uma tese aceitável. Mas no Maracanã escapou de perder por uma diferença maior do que dois. O Flamengo fez uma péssima partida em São Paulo, mas o Palmeiras não mereceu se classificar. Por que o mata-mata se decide nos dois jogos, não apenas no de volta, embora exista quem esqueça disso.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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