Mauro Cezar Pereira

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Quem não pode pagar R$ 50 pelo ingresso é quem faz um clube ser grande

"Quem não pode pagar R$ 50 para ir ao jogo, não vai."

A frase parece comum, óbvia até. Partindo da ideia que esse é o preço do ingresso mais barato. Não costuma ser.

Vale ressaltar que torcedor não pode ser praticamente obrigado a se associar a clube algum.

O motivo? Se ele não tem R$ 50 para comprar um imaginário ingresso "popular", como pagaria a mensalidade?

Hoje tem jogo na capital paulista, Palmeiras x São Paulo. O preço menos caro para o não sócio é de R$ 100.

O dobro do valor imaginário, mas é praticamente impossível adquirir por essa cifra. Em geral os sócios consomem todos.

E qual média de público do mandante da noite atuando em casa no atual campeonato? Pouco acima dos 37 mil torcedores por peleja.

Significa que pelo menos 4 mil lugares permanecem vagos por cotejo, em média. Fica cheio, mas nem sempre lota.

Talvez pudessem ser ocupados por alguém que não pode pagar R$ 50. Ou é melhor uma cadeira vazia?

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Fato é que os excluídos dos estádios é que fazem um clube ser grande. Sem eles, com apenas os 37, 38 mil de sempre, que podem pagar, não seria um dos maiores do país.

Quem faria publicidade no uniforme, pagando muito dinheiro, em time de poucos torcedores? Ninguém, não haveria retorno.

Tampouco os direitos de transmissão geram cifras elevadas se a quantidade de fanáticos pelo clube for diminuta.

Sabe-se que um torcedor de menor poder aquisitivo será barrado pelo bolso nesse futebol elitizado.

Mas deve machuca-lo ainda mais quando eventualmente vê, pela TV, que há cadeiras vazias onde gostaria de estar.

Pior quando ouve claramente que não irá ocupar uma delas. Nem mesmo em uma eventualidade. Por que "não tem R$ 50".

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Exemplo: no jogo mais recente no estádio onde palmeirenses e são-paulinos se enfrentarão havia lugares vagos (veja o vídeo).

Não essa oportunidade não deverá lhe sorrir. Por que ele também não pode pagar a mensalidade do sócio torcedor.

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E mesmo se tivesse uma nota de R$ 50 ou de R$ 100 sobrando na carteira, a vida lhe impõe outras prioridades.

Quanto ao clube de coração, melhor manter essa relação de amor não correspondido. Sem nutrir esperança. Ao menos por enquanto.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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