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Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Semelhanças entre situação e oposição no Flamengo em eterna crise política

Eduardo Bandeira de Mello (Rede) no TCU - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Eduardo Bandeira de Mello (Rede) no TCU Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Mauro Cezar

15/05/2022 08h42

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Em janeiro de 2017, Flávio Godinho se afastou da vice-presidência de futebol do Flamengo por questões pessoais, problemas que não envolviam o clube. Eduardo Bandeira de Mello, então presidente, acumulou a pasta.

Em maio do mesmo ano, com o mandatário aceitando convite da CBF para viajar como chefe de delegação da seleção brasileira, o grupo ao qual pertence, o Só Fla, se manifestou. Era contra posições presidenciais.

Neste sábado, em rede social, um soflariano recuperou post da época, publicado no antigo blog de Gabriela Moreira. Nele, o grupo político questionava Bandeira e defendia a profissionalização do futebol

Mas o futebol já tinha profissionais abaixo do presidente. Era o caso do diretor executivo Rodrigo Caetano, hoje no Atlético Mineiro.

A questão era a existência de um vice de futebol atuante, no dia a dia. No caso o próprio mandatário, que contava até com jogadores chamados de "protegidos".

Ele acumulou funções até outubro de 2017, quando Ricardo Lomba, um dos melhores nomes do Só Fla, assumiu a VP de futebol. Mas foi curioso ver o grupo defender a profissionalização e instalar um de seus componentes na pasta amadora.

Durante sua gestão, profissionais, como Caetano, foram demitidos após derrota para o Botafogo. O resultado custou a eliminação do campeonato carioca de 2018, inclusive.

No ano seguinte Lomba concorreria à presidência na chapa da situação, apoiado por Bandeira de Mello e pelo Só Fla. Mas acabou perdendo para Rodolfo Landim.

Em suma: o grupo questionou o presidente, mas continuou abrigando-o como integrante, até mesmo quando se lançou candidato a deputado federal. Queria profissionalismo no futebol, mas colocou um dos seus componentes na pasta de VP amador.

As semelhanças são claras com aspectos da atual gestão, que tem Marcos Braz como vice de futebol. A diferença é que ele se elegeu vereador e o ex-presidente não obteve êxito nas urnas em 2018. Mas o caminho, de dirigente em clube de futebol a uma tentativa na carreira política, é o mesmo.

E o Só Fla desperdiçou a chance de, no poder, colocar suas ideias em prática. Ou deveria se afastar da antiga gestão quando o presidente da época não remou na direção pretendida pelo grupo? Fato é que situação e oposição no Flamengo são mais parecidas do que se imagina.

Um bom momento para o grupo amadurecer, admitir suas idiossincrasias e trabalhar de forma consistente. Por que o Flamengo precisa, muito, de oposição atuante e capaz. Ainda mais após a limitação do número de sócios de fora do Rio de Janeiro.

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