Topo

Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Eurocopa tem bons jogos, ditadores, racismo e regulamento "modelo Conmebol"

Marko Arnautovic comemora gol da Áustria - Pool via REUTERS
Marko Arnautovic comemora gol da Áustria Imagem: Pool via REUTERS

21/06/2021 19h26

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Vai chegando ao final a fase de grupos da Eurocopa. Vimos bons times e jogos legais, excelentes até. Em suma, em campo os atletas correspondem às expectativas, mas fora dele, há muito a ser questionado, das sedes escolhidas à "generosa" fórmula de disputa.

Das 24 seleções participantes, apenas oito ficarão pelo caminho nesta etapa. Nada menos que 16 se classificarão, as duas primeiras de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados. Uma farra de vagas de fazer inveja à Conmebol com a sua Copa América.

Há ainda o absurdo de terem colocado Alemanha, França e Portugal no mesmo grupo. Os portugueses, por sinal, venceram um jogo, perderam outro e se forem derrotados pela França, ainda assim deverão se classificar. Pior, jogam por último, sabendo do que precisarão.

O perfil Copa Além da Copa (clique e siga) tem apresentado no Twitter várias contradições e absurdos que envolvem a competição, como as aparições de grupos com torcedores vestindo camisas pretas e portando mensagens de ódio. Em campo já teve jogador (o austríaco de origem sérvia Arnautovic) fazendo gesto racista. A Uefa "investigou" e o suspendeu. Por UM jogo!

Mas alguém poderia investigar o fato de o evento ter jogos nos países de Ilham Aliyev (Azerbaijão) e Viktor Orbán (Hungria). São dois ditadores há anos no poder e que se aproveitam do futebol em meio aos seus interesses políticos e metas eleitorais - eleitores húngaros irão às urnas em 2022.

Sem falar na logística "genial" adotada para agradar aos amigos da Uefa. A Suécia empatou (0 a 0) com a Espanha em Sevilla e teve que viajar cerca de 4,5 mil quilômetros, até São Petersburgo, onde derrotou a Eslováquia (1 a 0). É como viajar de Porto Alegre a Manaus. Por que sedes tão distantes?

A Conmebol parece ter uma adversária à altura.

Siga Mauro Cezar no Twitter

Siga Mauro Cezar no Instagram

Siga Mauro Cezar no Facebook

Inscreva-se no Canal Mauro Cezar no YouTube

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL