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Mauro Cezar Pereira

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Fortaleza x Ceará: 1 a 1 escancara diferenças de opções e estilos de rivais

02/06/2021 21h20

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A boa fase, e duradoura, do Ceará sob o comando de Guto Ferreira tem uma característica clara: o jogo calçado na defesa, com pouca posse de bola em busca do elevado aproveitamento de suas chegadas ao ataque. No 1 a 1 com o Fortaleza na noite desta quarta-feira, pela Copa do Brasil, mais uma vez ficou clara a diferença de escolhas entre os rivais.

Se o time tricolor já vem há algum tempo procurando montar times que desejem a bola, troquem passe desde os zagueiros, conte com volantes que sejam meio-campistas, capazes de desmarcar e passar bem; os alvinegros agem de forma distinta. Com Rogério Ceni, que comandou o Leão de 2018 a 2020, essa identidade de jogo foi desenvolvida e o clube a mantém.

A contratação de Juan Pablo Vojvoda para a temporada 2021 passou por isso. O argentino foi procurado após uma análise de seu trabalho e da conclusão de que era um treinador de fato com ideias que se adaptam bem aquilo que o clube deseja. No "Clássico Rei" da semana, isso ficou muito claro, com a bola sendo do Fortaleza e o Ceará, ao seu estilo, abrindo o placar e tentando sustentar a vantagem.

As estatísticas do Footstats mostram que os tricolores trocaram 441 passes, o Vozão 182 apenas. Mas os diferentes estilos resultaram em números próximos de finalizações, 12 do Fortaleza e 11 do Ceará, que no entanto acertou alvo cinco vezes contra duas do rival, em evidente demonstração de eficiência, mesmo tendo a bola por menos tempo.

Os 39 lançamentos da equipe de Guto contra 21 do adversário mostram outra diferença de estilos, com uma equipe buscando a conexão entre os setores até o ataque por intermédio de bolas esticadas, longas, e do outro lado quem tenta conduzi-la mais na troca de passes do que em esticadas. Na posse de bola, 64% a 36%, com o Fortaleza passando mais tempo com ela, claro.

A fase do futebol cearense é ótima, os dois times na Série A por repetidas temporadas, sonhando com torneios internacionais, especialmente a Copa Sul-americana, meta mais factível atualmente, depois de anos na segunda e até terceira divisões. E é bem interessante observar que, mesmo trocando de treinador, o Fortaleza segue desenvolvendo seu estilo, como o Ceará mantém técnico e forma de atuar. Cada um à sua maneira, ambos com sucesso.

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