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Mauro Cezar Pereira

No estilo Felipão, Palmeiras faz sua parte e vence o Tigre na qualidade

Dudu em ação pelo Palmeiras diante do Tigre, na estreia da Libertadores 2020 - Agustin Marcarian/Reuters
Dudu em ação pelo Palmeiras diante do Tigre, na estreia da Libertadores 2020 Imagem: Agustin Marcarian/Reuters

04/03/2020 22h48

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"Vou montar (o time) direcionado para o meu pensamento, que é de uma equipe mais ofensiva, jogando no campo do adversário, mais proativa. No momento, o pessoal vem falando de reativa e proativa, então é uma equipe mais proativa e buscando o jogo sempre".

As palavras de Vanderlei Luxemburgo, ainda em dezembro, antes da Florida Cup, anunciavam um Palmeiras diferente em 2020. Nos 2 a 0 sobre o Tigre, fora de casa, na estreia alviverde na Copa Libertadores, o que se viu, mais uma vez, foi algo bem diferente disso.

Desnecessário discutir se o Palmeiras mereceu, ou não, vencer na Argentina. O triunfo por 2 a 0 foi justo. Mas refletiu muito mais a qualidade técnica bem superior do time brasileiro do que o jogo coletivo, apesar das claras limitações do adversário.

Contra uma equipe de campanha mediana na segunda divisão argentina, o time de Vanderlei Luxemburgo voltou a mostrar características dos tempos de Luiz Felipe Scolari. Foram 30 rebatidas, quase a média do Brasileiro de 2018, de 32,5, pelos números do Footstats.

Diante do Tigre, os alviverdes fizeram e 43 lançamentos. No Brasileirão de 2019, usaram as chamadas "bolas longas", em média, 32 vezes por peleja! Na Série A 2018, 43, ou seja, contra o Tigre tal recurso foi tão utilizado como nos tempos de Felipão.

Nada contra jogar assim, todos os times têm o direito de usar os recursos que bem entenderem em campo, desde que dentro das regras. Mas as palavras do treinador registradas em dezembro, quando sua volta ao clube foi anunciada, seguem distantes da realidade.

O Palmeiras começou com vitória, e não se poderia esperar outro resultado, tamanha a disparidade entre as equipes. Mas a proposta de jogo prometida, anunciada, esperada, segue ausente do campo. E a cada partida parece menor a perspectiva de vermos um novo Palmeiras.