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Conmebol: atraso do Corinthians dá multa maior do que ato racista argentino
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O Tribunal de Disciplina da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) aplicou três multas ao Corinthians, em decisão de 23 de maio, que somaram US$ 63 mil (R$ 302 mil). Todas por questões operacionais do jogo contra o Boca Juniors pela Libertadores, em Itaquera dia 26 de abril, como atraso ao entrar em campo (R$ 240 mil) e objetos proibidos utilizados por torcedores (sinalizadores).
No mesmo dia, o tribunal multou o Estudiantes (ARG) em US$ 30 mil (144 mil) por atos racistas de seus torcedores contra fãs do Red Bull Bragantino que viajaram a La Plata em 26 de abril para ver o confronto no Jorge Luis Hirschi, pela Libertadores — ocorreram imitações e gritos de macaco contra cerca de 20 brasileiros que estavam no estádio.
A decisão contra o Estudiantes ocorreu após a Conmebol mudar, no início de maio, seu Código de Disciplina para tornar mais duras as punições por discriminação: agora a multa mínima é de US$ 100 mil (US$ 480 mil) e o clube pode ter que jogar sem torcida ou com o estádio parcialmente fechado.
Só que o tribunal tem entendido que como o jogo foi antes da alteração, em 26 de abril, ainda é a regra anterior que vale, portanto a punição máxima de US$ 30 mil. Foi o que ocorreu com o Boca Juniors, multado nesse valor por ato racista de um torcedor seu que acabou preso no jogo na Neo Química Arena — e que foi solto após pagar fiança.
O Corinthians recebeu três multas neste mesmo dia:
US$ 50 mil (R$ 240 mil) por ser reincidente de atraso em início de jogo;
US$ 8 mil (R$ 38 mil) por desrespeitar protocolo de horário da partida;
US$ 5 mil (R$ 24 mil) por torcedores levarem objetos proibidos à arquibancada (sinalizadores).
Multas maiores para questões operacionais de jogo do que para atos discriminatórios geraram reclamações de clubes brasileiros e da CBF à direção da Conmebol, que decidiu alterar o código de disciplina.
Como a coluna já mostrou, o Boca Juniors deve jogar sem torcedores ou com La Bombonera parcialmente fechada no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores contra o Corinthians, dia 5 de julho, justamente por atos racistas de seus torcedores em confronto contra o time brasileiro no estádio pela fase de grupos, em 17 de maio — já pós mudança no regulamento.
A coluna apurou que internamente a diretoria da Conmebol avalia que as alterações na regra devem forçar os clubes a criarem mecanismos que tentem evitar atos racistas nos jogos, já que atuar com portão fechado gera perda financeira e esportiva.
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