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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Record não tem superpoderes da Globo, mas opina para a decisão do Paulistão

Gustavo Gómez e Calleri disputam lance em partida da primeira fase do Paulistão - Marcello Zambrana/AGIF
Gustavo Gómez e Calleri disputam lance em partida da primeira fase do Paulistão Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

28/03/2022 13h35

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O impasse para definição de datas e horários das finais do Campeonato Paulista 2022 passou pela mesa das empresas que detêm os direitos de transmissão, com TV aberta mantendo peso considerável, mas sem os superpoderes decisórios de algum tempo atrás. No caso da polêmica de quando o segundo jogo da final do Paulistão ocorrerá, a TV Record, que detém os direitos em TV aberta, opina, mas não tinha a palavra final. No fim, o Palmeiras chegou a um acordo com seu parceiro na gestão do Allianz Parque, a WTorre, para viabilizar a realização da partida no domingo, em casa.

A coluna apurou que os contratos assinados pela Federação Paulista de Futebol (FPF) com as empresas que transmitem a elite do Paulista em 2022 preveem certas escolhas, a depender do player e do valor pago, mas federação e clubes têm a decisão final.

O primeiro jogo da final entre Palmeiras e São Paulo foi confirmado para quarta-feira (30), 21h40 no Morumbi. O segundo estava em aberto porque o Allianz Parque terá um show (da banda Maroon 5) que ameaçava a disputa do confronto no domingo (3), data natural da finalíssima. Isso poderia obrigar o clube alviverde a buscar um novo estádio, uma vez que o São Paulo resistia à remarcação da final pra sábado.

A TV não ter superpoderes deixou mais complicada a situação. Por exemplo: por anos o Grupo Globo manteve os principais contratos de direitos de transmissão e tinha poder decisório importante em casos como esse. Nesta final, por exemplo o jogo, para atender a grade da emissora, dificilmente não seria no domingo, 16h, independentemente de show que pudesse prejudicar clube A ou B.

Agora, um acerto entre os clubes, ou um movimento que a federação entenda que comercialmente vá valorizar o seu produto, podem valer mais do que a vontade dos detentores de direito. No caso da Record ela é considerada o principal player do Paulistão, afinal a TV aberta ainda é a plataforma que paga mais e, consequentemente, recebe mais. Então a emissora participa das discussões e opina, até porque tem uma grade de programas que precisa ser atendida. Mas não pode exigir dia A com horário B.

A emissora fechou contrato com a FPF até 2025. Este ano teve no pacote 16 transmissões, incluindo as duas finais, mesmo número do YouTube, que também transmite gratuitamente as partidas em sua plataforma.

A HBO Max, da Warner Media, teve 13 jogos exclusivos em seu streaming e a Globo fechou o pay-per-view da competição, mas sem exclusividade já que os jogos também passaram no PPV da Federação Paulista, o Paulistão Play.