Topo

Marcel Rizzo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Eliminatórias para a Copa do Mundo devem mudar formato; veja como ficaria

Brasil e Argentina podem jogar a Liga das Nações a partir de 2024 - Reprodução / Internet
Brasil e Argentina podem jogar a Liga das Nações a partir de 2024 Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

07/01/2022 10h22

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A direção da Conmebol pretende começar a discutir em 1º de abril, durante seu Congresso, mudanças no formato das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos EUA, Canadá e México. O encontro será em Doha, no Qatar, porque no período ocorrerá na cidade o Congresso da Fifa e o sorteio dos grupos da Copa de 2022.

Uma alteração no regulamento é fundamental para que os filiados à confederação sul-americana possam, a partir de 2024, disputar a Liga das Nações, como planejam Conmebol e Uefa. Hoje disputada em 18 datas, as dez seleções se enfrentando por pontos corridos em dois turnos, a Eliminatória deve diminuir para um mínimo de oito e máximo de dez rodadas.

Modelos de disputa estão sendo preparados, mas há um favorito: dois grupos de cinco seleções, jogando em dez datas os confrontos de ida e volta dentro das chaves. Como a Conmebol terá a partir da Copa com 48 participantes em 2026 seis vagas e meia no torneio, assim ficariam as regras para classificação:

- os três primeiros de cada grupo estariam na Copa;

- os dois quartos colocados jogariam uma repescagem continental, em um ou dois jogos, para definir o representante sul-americano na repescagem mundial.

O martelo ainda não deve ser batido no Congresso de 2022, já que a classificatória só terá início no segundo semestre de 2023, ou até depois se mudar de formato. Uefa e Conmebol assinaram termo de cooperação, em que organizarão jogos e torneios em conjunto — o primeiro evento será em 1º de junho, em Londres, com o jogo entre Itália, campeã da Euro, e a Argentina, vencedora da Copa América.

Também está em debate o retorno da Copa Intercontinental de Clubes, disputada entre 1960 e 2004 com os ganhadores da Libertadores e da Liga dos Campeões. O formato pode ser ampliado a mais de dois participantes. Mas o projeto mais ambicioso é a entrada dos dez filiados à Conmebol na Liga das Nações, torneio criado pela Uefa em 2018 para dar agenda a suas seleções em períodos em que apenas amistosos ocorriam.

Num esboço já feito, as seis melhores seleções sul-americanas no ranking da Fifa entrariam direto na 1ª divisão da Liga, e os quatro outros na 2ª — são quatro no total. Os jogos ocorreriam todos na Europa, já que boa parte dos atletas convocados para o times da Conmebol atuam em times europeus.

Uefa e Conmebol são contra o plano da Fifa de mudar o calendário do futebol mundial e colocar a Copa do Mundo a cada dois anos — o que impactaria também em competições continentais, como Euro e Copa América, que precisariam ser também bienais.

Uma Liga das Nações turbinada serviria como antídoto, na visão da cartolagem europeia e sul-americana, contra a ideia da Fifa, já que poderia agradar patrocinadores em comum (o que dificultaria investimento alto em um Mundial a cada dois anos).

Curiosamente, o projeto da Fifa obrigaria a Conmebol a alterar sua Eliminatória, para um formato parecido com o pensado, entre oito e dez datas. O que significa que qualquer mudança futura no calendário vai impactar essa competição, deixando inviável o modelo atual com 18 rodadas.