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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Vacina afasta Bolsonaro da final Palmeiras x Flamengo em Montevidéu

Em 2018 Bolsonaro foi ao Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e participou da festa - Lucas Figueiredo/CBF/Fotos Públicas
Em 2018 Bolsonaro foi ao Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e participou da festa Imagem: Lucas Figueiredo/CBF/Fotos Públicas

Colunista do UOL

26/11/2021 04h00

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A Libertadores terá a segunda edição seguida com uma final entre brasileiros, e mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fã de futebol e que se declara torcedor do Palmeiras, não irá ao estádio —o convite é praxe a chefes de estado com clubes de seu país envolvidos no evento.

Segundo o Planalto, neste sábado (27) pela manhã (11h) Bolsonaro tem um evento em Resende, no Rio, para uma formatura de cadetes da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), instituição que o presidente frequentou nos anos 1970. Não está prevista pelo governo a presença de Bolsonaro em Montevidéu —a Conmebol nem preparou protocolo especial de segurança, necessário por se tratar de chefe de estado.

Não vacinado contra a covid-19, em uma decisão pessoal, Bolsonaro não poderia entrar no Centenário, em Montevidéu, para ver Palmeiras x Flamengo, às 17h (de Brasília) já que a confederação sul-americana exige que todos os presentes tenham recebido duas doses (ou uma, a depender do laboratório) da vacina há pelo menos 14 dias do confronto.

Em janeiro de 2021, Bolsonaro também não foi ao Maracanã, no Rio, ver o Palmeiras vencer o Santos por 1 a 0 na decisão da edição-2020, adiada para o início de 2021 por causa da pandemia.

Na ocasião não se exigia a vacina, já que a campanha estava no começo, mas havia a obrigatoriedade de apresentar exame negativo para covid-19 feito até 96 horas antes da partida e uso de máscara o tempo todo dentro do estádio. Bolsonaro evita usar máscara no Brasil porque alega já ter contraído covid-19 (em julho de 2020) —normalmente só coloca em viagem a outro país.

Outro ponto do protocolo tem atrapalhado atualmente a ida de autoridades a estádios para decisões: existe a proibição de que convidados entrem no gramado após a partida, para participar da festa. É, portanto, vetado que um político entregue a taça ao time campeão, ato que tem sido feito somente pelo presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.

Bolsonaro também não foi à final da Copa América-2021, realizada em 10 de julho entre Brasil e Argentina, no Maracanã —os argentinos venceram por 1 a 0. Ele teve uma "motociata" no sábado da decisão, no Rio Grande do Sul, mas os protocolos (exigência de exame negativo para covid-19, uso de máscaras e impossibilidade de participar da premiação) também pesaram.

Em novembro de 2019, o presidente cogitou ir a Lima para ver Flamengo 2 x 1 River Plate, a final da Libertadores daquele ano. O então porta-voz, o general Otávio Rêgo Barros, disse que ele iria, mas no fim Bolsonaro desistiu sem dar explicação.

Bolsonaro, já como presidente eleito, esteve em dezembro de 2018 dentro do campo do Allianz Parque na comemoração do título brasileiro do Palmeiras. Em 2019 também foi ao gramado tirar fotos com o troféu e jogadores na conquista daquela Copa América pela seleção brasileira no Maracanã.

O presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, está confirmado na tribuna de autoridades e deve ver o jogo ao lado de Alejandro Dominguez. Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, e Rodolfo Landim, do Flamengo, foram liberados a assistir ao jogo fora da tribuna de autoridades para "extravasarem as emoções" com maior privacidade.