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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Presidente da Fifa faz tour pela América do Sul por apoio à Copa bienal

Alejandro Dominguez, Ramón Jesurún e Gianni Infantino em encontro na Colômbia - Reprodução/Twitter
Alejandro Dominguez, Ramón Jesurún e Gianni Infantino em encontro na Colômbia Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

14/10/2021 14h09

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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, iniciou pela Colômbia um tour por cinco países da América do Sul em meio às discussões sobre a possibilidade de a Copa do Mundo ser realizada a cada dois anos, e não quatro como é atualmente.

A Conmebol (Confederação Sul-Americana) já se mostrou contra a ideia, mesma posição de sua aliada Uefa (União Europeia de Futebol). O assunto não faz parte da pauta oficial de Infantino pelo continente, mas deve ser abordado com cartolas e autoridades locais. A Fifa busca apoio de associações nacionais ao projeto.

Apesar de a federação internacional considerar importante o apoio da elite do futebol, como o Brasil, à ideia da Copa bienal, o país não está no roteiro de Infantino. Ele estará também na Venezuela, no Equador, no Chile e na Argentina. Em novembro o dirigente foi convidado pela Conmebol para ir ao Uruguai acompanhar a final da Libertadores entre Flamengo x Palmeiras.

A ideia de uma Copa do Mundo bienal foi apresentada pela Arábia Saudita em maio, durante o Congresso, mas baseada num projeto do grupo de desenvolvimento do futebol capitaneado na Fifa pelo ex-técnico do Arsenal Arséne Wenger. Um relatório será apresentado em novembro, mas a Fifa já está em campanha a favor do plano, usando inclusive ex-jogadores, como os brasileiros Roberto Carlo e Ronaldo, como garotos-propaganda. Ásia, África e parte da América Central já se mostraram favoráveis.

O projeto, que engloba uma mudança radical no calendário a partir de 2025, com a diminuição das datas exclusivas para jogos de seleções e os torneios continentais, como Eurocopa e Copa América, também bienais, tem a discordância de confederações como a Uefa e a Conmebol, mas também de clubes, jogadores em atividade e ligas.

Por isso a cúpula da Fifa tem focado nas federações nacionais, que decidirão caso o tema vá à votação em um Congresso futuro. Nas últimas semanas Infantino fez visitas a entidades menores da Uefa, como Lituânia (sede da Copa do Mundo de futsal), Estônia, Letônia e Israel. Agora se volta para a América do Sul, com a visita à metade dos filiados da Conmebol.

Na Colômbia, Infantino desembarcou em Barranquilla, que nesta quinta-feira (14) terá a partida entre os donos da casa e o Equador, pela 12ª rodada das Eliminatórias para a Copa de 2022, no Qatar. Ele visitou o novo centro de treinamento da federação colombiana construído na cidade junto com o presidente da entidade e membro do Conselho da Fifa, Ramón Jesurún, e do presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.

Argentina e Uruguai já se mostraram contra a ideia, mas a posição da CBF é uma incógnita. A confederação brasileira vive um crise política, com o afastamento do presidente Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual por um funcionária, e tem como chefe interino hoje o vice Ednaldo Rodrigues.