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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Cartolas da CBF e de clubes poderão receber vacina da Conmebol contra covid

Rogério Caboclo, presidente da CBF, poderá receber a vacina da Conmebol - Lucas Figueiredo/CBF
Rogério Caboclo, presidente da CBF, poderá receber a vacina da Conmebol Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

11/05/2021 10h10

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Os dirigentes da Conmebol, CBF e clubes estão incluídos no plano de vacinação contra a covid-19 da Confederação Sul-Americana de Futebol, que recebeu 50 mil doses do laboratório Sinovac. Em troca, os chineses serão patrocinadores da Copa América da Argentina e da Colômbia.

Cada federação tem direito a 5 mil doses, que prioritariamente serão dadas a jogadores e estafes das dez seleções que estarão na Copa América e dos clubes que disputam as Copas Libertadores e Sul-Americana. Na sequência vêm a imunização de delegações dos clubes da elite de cada filiado, masculino e feminino, mas também de funcionários das entidades, a cartolagem incluída.

A CBF articula com o governo federal a liberação da importação e da aplicação das doses da vacina da Conmebol dentro do Brasil, o que por enquanto é impossível porque a lei determina que qualquer imunizante contra a covid-19 que entrar no Brasil deve ser repassado ao governo federal. Há possibilidade, entretanto, de vacinação fora do país, como fez a delegação do Atlético-GO que na semana passada recebeu 44 doses em Assunção.

O protocolo enviado pela Conmebol a seus filiados libera a vacinação a funcionários da Conmebol e das associações membro, no caso do Brasil a CBF. O texto diz que são funcionários "aqueles empregados que se encontram na folha de pagamento, além de membros do Conselho (Comitê Executivo), secretário-geral e secretários-gerais adjuntos".

A CBF não tem, como a Fifa e a Conmebol, um Conselho ou Comitê Executivo, por isso a coluna apurou que poderiam receber as doses os diretores de área, 14 ao total. Os vice-presidentes, oito, também teriam direito desde que, claro, ainda não tivessem sido imunizados no Plano Nacional de Imunização (PNI), que por enquanto tem aplicado as doses em grupos prioritários como profissionais de saúde, idosos e pessoas com doenças preexistentes.

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, 48, poderia ser incluído em dois grupos de vacinação da Conmebol: como mandatário da CBF, mas também como membro do Conselho da confederação sul-americana. Segundo o protocolo, membros de todas as comissões da Conmebol poderão se vacinar. A CBF não informou se usará a vacina em seus funcionários e dirigentes.

Além de Caboclo, no Conselho, o Brasil tem outros quatro nomes em comissões da Conmebol: Rui César Públio Borges Correa, nas de auditoria e honorários, Sérgio Antônio Ribas, nas de governança e transparência e de controle, Antonio Carlos Meccia, no tribunal de disciplina, e Marcelo Buhatem, na de etica. Todos ligados ao mundo jurídico, a maioria já pode ter se vacinado pelo PNI no Brasil por ser do grupo prioritário.

Dirigentes dos clubes também podem receber as vacinas como "oficiais". Caso a vacinação da Conmebol não seja liberada dentro do país, as delegações devem se imunizar fora, como fez o Atlético-GO, e o presidente que estiver junto, se quiser, poderá receber sua dose. Cartolas de alguns clubes, como Santos, Fluminense e Corinthians, já se mostraram contra a vacinação do futebol já que faltam imunizantes no Brasil.

Quem pode se vacinar com as doses da Conmebol
A confederação sul-americana obteve doação de 50 mil doses do laboratório chinês Sinovac, que em contrapartida, como revelou o jornal argentino La Nación, entrará como patrocinador da Copa América. Cada federação terá direito a cinco mil doses, que deve seguir esse roteiro prioritário de aplicação (exemplo válido para a CBF):

Seleção Brasileira:
Máximo de 70 pessoas vacinadas, entre jogadores, membros da comissão técnica e funcionários que estarão na Copa América.

A CBF precisou enviar uma pré-lista de convocados, com 50 atletas, à Conmebol como já previa o regulamento da competição. Mas a Conmebol informou que se a confederação quiser, e puder, poderá imunizar qualquer um desses 50, mesmo que depois o jogador seja cortado e não apareça na lista final de 23 nomes que Tite divulgará em breve.

Clubes participantes da Libertadores e da Sul-Americana:
Máximo de 70 pessoas vacinadas entre os clubes que estão nas Copas, sendo obrigatoriamente até 50 jogadores inscritos e o restante membros da comissão técnica e funcionários que normalmente viajam para as partidas.

No caso do Brasil são 14 times: Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Atlético-MG, Santos e Inter na Libertadores e Ceará, Corinthians, Athletico, Bahia, Atlético-GO, Bragantino e Grêmio na Sul-Americana.

Clubes da Série A:
Máximo de 50 pessoas vacinadas: 30 jogadores e 20 funcionários (comissão técnica incluída). Excluindo os 14 participantes dos torneios da Conmebol sobrariam para receber essas doses os profissionais de América-MG, Juventude, Cuiabá, Fortaleza, Sport e Chapecoense.

Clubes da Série A-1 do Brasileiro Feminino:
35 pessoas de cada um dos 16 times participantes da edição 2021 poderiam ser vacinadas: 25 jogadoras e 10 funcionários.

Arbitragem:
Árbitros do quadro da CBF receberiam as duas doses, número a ser definido. Além deles, delegados e oficiais que trabalham nas partidas organizadas pela Conmebol e pela confederação brasileira teriam direito às duas doses.

Se houver sobra de doses, a Conmebol autoriza vacinar funcionários das confederações, incluído os dirigentes.