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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Conmebol prevê torcida liberada nas arenas da Copa América daqui a 82 dias

Evento de sorteio dos grupos da Copa América 2020, adiada para 2021 - Getty Images
Evento de sorteio dos grupos da Copa América 2020, adiada para 2021 Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

23/03/2021 15h40

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Em relatório apresentado às associações filiadas nesta terça-feira (23), a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) fez a previsão de que a Copa América, programada para ocorrer entre 13 de junho e 10 de julho de 2021, terá venda de ingressos para ao menos 30% da capacidade dos estádios na Argentina e na Colômbia, sedes do torneio de seleções.

O blog apurou que a entidade tem conversado com os governos dos dois países e avançou a ideia de ao menos vender bilhetes para torcedores locais, ou seja, residentes na Argentina e na Colômbia — a Fifa fez isso no Mundial de Clubes do Qatar-2020, realizado em fevereiro de 2021 por causa da pandemia. A covid-19 adiou a Copa América em um ano.

O plano prevê que os torcedores tenham que apresentar exame PCR negativo para covid-19, feito 72 horas antes do jogo. Também poderá ser limitada a duas entradas por pessoa, ou seja, o interessado só poderá ir com um acompanhante, para preservar a distância entre os assentos dentro dos estádios (cinco na Argentina e quatro na Colômbia).

A Colômbia tem 62.148 mortos por covid-19 e a Argentina 54.671, segundo dados oficiais dos dois países. Em 23 de março de 2021, a média diária de mortes na Argentina era de 119 e na Colômbia de 129, números na América Latina piores apenas do que Brasil (2.306), México (471) e Peru (166).

No orçamento para 2021, aprovado nesta terça no Congresso anual, a Conmebol prevê faturar US$ 28 milhões (R$ 153 milhões) com a venda de ingressos e pacotes de hospitalidade para a Copa América — número baseado com a liberação de 30% da capacidade dos estádios. A entidade ainda tem a esperança de que possa chegar aos 50% dos assentos.

A receita total para o torneio é projetada em US$ 119 milhões (R$ 653 milhões), somando-se aos ganhos com ingressos valores de patrocinadores e direitos de transmissão. Estima-se, porém, que os gastos serão de US$ 122 milhões (R$ 669 milhões), principalmente pelos protocolos sanitários que precisarão ser feitos para proteger delegações, dirigentes e torcedores.

Na final da Libertadores, entre Palmeiras e Santos no Maracanã dia 30 de janeiro, a entidade foi criticada por levar cinco mil convidados ao estádio — com autorização do governo do Rio de Janeiro. Houve aglomeração e a confederação alegou que todos que entraram no estádio passaram por protocolos rígidos, como apresentar exames negativos para a covid-19.

A Conmebol enxugou o mínimo possível o calendário da Copa América. Com as desistências dos convidados Qatar e Austrália, que por causa da pandemia não viajarão à América do Sul, a confederação manteve o regulamento e atrasou em só dois dias o início da competição, que antes era 11 de junho e agora será dia 13.

O regulamento da Copa América também foi mantido: em vez de dois grupos de seis, serão dois de cinco com a presença dos dez países filiados à Conmebol. Todos jogam contra todos e os quatro primeiros avançam para as quartas de final — somente um é eliminado, portanto. O Grupo A tem sede na Argentina com os anfitriões, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. No B, na Colômbia, estão os donos da casa, Brasil, Peru, Venezuela e Equador.

O jogo de abertura, em 13 de junho (e que inicialmente seria dia 11), é Argentina x Chile, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. O Brasil estreia dia 14, uma segunda-feira, contra a Venezuela em Medellín. Depois joga dia 18 frente o Peru em Cali, dia 24 diante da Colômbia em Barranquilla e no dia 28 encara o Equador em Bogotá. Se ficar nas duas primeiras colocações, joga as quartas na Colômbia, mas se terminar em terceiro ou quarto vai à Argentina.

A final será dia 10 de julho, um sábado, em Barranquilla (Colômbia).