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Marcel Rizzo

Saída de Mano põe Brasileiro-20 como o que mais trocou técnico desde 2010

Gerson discute com o técnico Mano Menezes durante Flamengo x Bahia                             - JORGE RODRIGUES / ESTADÃO CONTEÚDO
Gerson discute com o técnico Mano Menezes durante Flamengo x Bahia Imagem: JORGE RODRIGUES / ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

21/12/2020 11h00

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A saída de Mano Menezes do Bahia, confirmada na noite de domingo (20) pela direção do clube após derrota de 4 a 3 para o Flamengo no Maracanã, foi a 22ª troca de treinador entre os 20 times que participam da Série A do Campeonato Brasileiro. É o maior número até a 26ª rodada desde 2010, quando 25 mudanças ocorreram no período.

Mano deixou o cargo após maus resultados e em meio à acusação de racismo do meio-campista Gerson, do Flamengo, contra Índio Ramirez, do Bahia. Segundo Gerson o adversário disse "cala a boca, negro" durante discussão. Em nota o Bahia informou que seu jogador nega ter feito a injúria racial, mas o clube o afastou enquanto apura o caso.

O blog apurou que apesar de Mano ter saído principalmente por causa dos maus resultados, o diálogo que o treinador teve no campo com Gerson enquanto o flamenguista acusava Ramirez de o ter chamado de negro, minimizando a acusação e falando em "malandragem", além de pedir que Gerson fosse expulso pela reação, não agradou a direção do Bahia e também facilitou a saída do treinador.

Mano Menezes, por meio de redes sociais, disse que "condena qualquer ato de racismo e reitera que a violência contra quem comete não é caminho para solucionar a questão. E apoia qualquer avaliação e julgamento justo para que o futebol seja sempre referência positiva na nossa sociedade".

Mano é o segundo treinador que sai do Bahia durante o Brasileiro (Roger Machado foi demitido no início de setembro após queda de rendimento do time). Mas o clube de Salvador não é o que mais trocou de técnicos na competição: Coritiba, Goiás e Botafogo fizeram esse movimento três vezes, ajudando a encorpar o número de substituições em 2020 — que conta não só demissões, mas também técnicos que deixam o clube por outro trabalho ou para assumir outras funções no mesmo emprego.

O Coritiba demitiu Eduardo Barroca após a 4ª rodada, Jorginho depois da 18ª e Rodrigo Santana na 25ª. O time está na 19ª colocação, com 20 pontos, só um ponto a mais que o Goiás, que tem uma partida a menos.

O Botafogo foi além e demitiu Ramón Diaz sem deixar que o técnico estreasse — ele teve problemas de saúde que impediram que assumisse imediatamente ao ser contratado, no fim de outubro, após o clube demitir Bruno Lazaroni. Paulo Autuori também já havia saído no começo de outubro. O Goiás mandou embora Ney Franco, Thiago Larghi e Enderson Moreira.

Quinze dos 20 times da Série A já trocaram de técnicos durante o Brasileiro — somente São Paulo, Atlético-MG, Santos, Ceará e Grêmio mantêm os mesmos profissionais. Inter (Eduardo Coudet), Fluminense (Odair Hellmann), Atlético-GO (Vagner Mancini) e Fortaleza (Rogério Ceni) viram seus técnicos receberem propostas de outros clubes e pedirem demissão.

MUDANÇAS DE TÉCNICOS NO BRASILEIRO ATÉ A RODADA 26 (A PARTIR DE 2006, PONTOS CORRIDOS COM 20 TIMES E 38 RODADAS)
2020 - 22
2019 - 18 (26 no total)
2018 - 21 (29 no total)
2017 - 20 (23 no total)
2016 - 19 (29 no total)
2015 - 21 (32 no total)
2014 - 19 (23 no total)
2013 - 20 (24 no total)
2012 - 14 (19 no total)
2011 - 17 (21 no total)
2010 - 25 (32 no total)
2009 - 19 (22 no total)
2008 - 20 (27 no total)
2007 - 21 (32 no total)
2006 - 22 (33 no total)