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Marcel Rizzo

Conmebol tenta evitar premiação congelada na Libertadores. Veja os valores

Conmebol estende bandeira com imagem de Maradona na fachada da sede - Divulgação/Conmebol
Conmebol estende bandeira com imagem de Maradona na fachada da sede Imagem: Divulgação/Conmebol

Colunista do UOL

07/12/2020 13h00

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A pandemia traz risco de que a premiação da Copa Libertadores seja congelada pela primeira vez desde 2015. A entidade ainda faz as contas sobre o impacto da Covid-19 nas contas e só deve bater o martelo no início de 2021.

Na edição de 2020, que só terminará em 30 de janeiro de 2021, a Conmebol desembolsará um total de US$ 168,3 milhões (R$ 864,2 milhões) a todos os 47 participantes, no que representou um aumento de 4% do que foi pago em 2019, total de US$ 161,9 milhões. Os cartolas tentam ao menos manter essa porcentagem de crescimento das cotas para o ano que vem, o que poderia representar uma quantia final de US$ 175 milhões.

Em reunião recente, entretanto, a Conmebol apresentou uma parcial do balanço de 2020, com perdas significativas como o rompimento de contrato com o Grupo Globo para os direitos de transmissão da Libertadores o que, na conta da confederação, representou um rombo de US$ 120 milhões (R$ 617 milhões) para os próximos quatro anos. Como mostrou o jornalista Rodrigo Mattos em seu blog no UOL Esporte, a Conmebol cobrará esse valor em juízo.

Para 2020, o campeão da Libertadores teve um acréscimo no prêmio somente por levantar a taça de 25%, passando de US$ 12 milhões para US$ 15 milhões. A premiação total de quem vencer a final única do Maracanã em janeiro será de US$ 22,5 milhões (R$ 115 milhões), contando as cotas de todas as fases. Hoje, apurou o blog, é improvável que esse valor aumente consideravelmente para 2021 e as confederações foram avisadas.

Desde 2015, quando estourou o escândalo de corrupção que levou vários cartolas sul-americanos à prisão por receberem propina na venda de direitos comerciais de torneios como a Libertadores, que a Conmebol vem aumentando ano a ano as premiações de seu principal torneio.

De 2015 para 2016 e de 2018 para 2019, quando novos contratos de patrocínio, de direitos comerciais e de transmissão foram assinados, os aumentos foram mais significativos, de 77% e 56%, respectivamente. Entre os outros anos variou de 4% a 8%, mas sempre com um bom aumento para os finalistas, o que se mostrou ainda mais viável com a alteração no regulamento do torneio e a criação de uma final em jogo único — que estreou em 2019, com o Flamengo batendo o River Plate por 2 a 1 em Lima (Peru).

COPA SUL-AMERICANA

Se a Libertadores pode congelar sua premiação, o segundo torneio em importância no continente, a Copa Sul-Americana, deve ter um aumento significativo apesar da crise econômica que a pandemia causou. Tudo por causa da mudança do regulamento para 2021, com a criação de uma fase de grupos, que tentará deixar o torneio mais atrativo com melhores jogos.

Como o blog mostrou em outubro, a previsão era de um acréscimo nas premiações de até 50%. Em 2020, a Conmebol decidiu não aumentar as cotas da Sul-Americana, mantendo o total pago em US$ 47,2 milhões. Esse valor pode saltar para cerca de US$ 70 milhões com novos acordos de direitos comerciais e de transmissão.

Além de mais jogos, Conmebol e empresas parceiras priorizaram a permanência de times brasileiros a argentinos na competição, para gerar maior interesse comercial. Esses países terão ao menos seis times cada na etapa de grupos atuando seis jogos no mínimo cada um. Libertadores e Copa Sul-Americana estão previstas para começar em 2021 no meio de semana de 17 de fevereiro, ou seja, poucas semanas após o fim das edições de 2020 (a decisão da Sul-Americana será em 23 de janeiro, em Córdoba).

Veja os valores das premiações e quanto aumentou ano a ano (em US$)

Libertadores
2015 - 52,2 milhões
2016 - 92,1 milhões (77%)
2017 - 98,9 milhões (8%)
2018 - 103,8 milhões (5%)
2019 - 161,9 milhões (56%)
2020 - 168,3 milhões (4%)
2021 - 175 milhões (projeção de 4%)

Sul-Americana
2015 - 18,4 milhões
2016 - 31,8 milhões (73%)
2017 - 35,4 milhões (11%)
2018 - 36,1 milhões (2%)
2019 - 47,2 milhões (31%)
2020 - 47,2 milhões (0)
2021 - 70,8 milhões (projeção de 50%)