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Marcel Rizzo

CBF terá que homologar CTs como do Grêmio para uso do VAR no Brasileirão

Sala do VAR com proteção de acrílico para separar profissionais usada no retorno do Carioca. CBF usará igual no Brasileiro - Divulgação
Sala do VAR com proteção de acrílico para separar profissionais usada no retorno do Carioca. CBF usará igual no Brasileiro Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

02/08/2020 04h00

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Pode ser recorrente no Campeonato Brasileiro que começa no próximo final de semana o agendamento de partidas para locais incomuns e com estrutura inferior a estádios, como centros de treinamento, e isso pode levar a problemas, por exemplo, para a utilização do VAR, o árbitro de vídeo.

Grêmio x Fluminense, no dia 9 de agosto, foi o primeiro: a CBF teve que tirar o confronto da Arena do Grêmio porque não havia garantia de que jogos estariam liberados em Porto Alegre por causa da pandemia do coronavírus — nesta sexta-feira (31) a prefeitura de Porto Alegre liberou partidas na capital e não se sabe se a CBF devolverá o confronto para sua casa original.

De qualquer modo, o CT Hélio Dourado, da base gremista, é quem receberá até agora a partida na cidade de Eldorado do Sul, vizinha à capital gaúcha. Mas para que o VAR seja usado no centro de treinamento é preciso que o local ainda seja homologado. No momento a CBF avalia que não terá problemas com isso, mas o árbitro de vídeo requer protocolos que precisam ser seguidos. E, pelo regulamento, os 380 jogos precisam ter o VAR, com o risco de prejuízo para alguns clubes.

Há a necessidade de um mínimo de oito câmeras para que o VAR seja permitido. As emissoras que detêm os direitos de transmissão preveem o uso mínimo dessas câmeras, que são as usadas pelos operadores da empresa contratada pela CBF para comandar os equipamentos no VOR (a sala do VAR) — Grêmio x Fluminense está previsto para ser transmitido pelo SporTV e pelo Premiere (pay-per-view) — não terá torcida presente.

A questão é se alguns locais terão estrutura para isso. Por exemplo: é preciso uma sala com tamanho adequado para receber o VOR, principalmente em meio à pandemia do coronavírus. Pelo protocolo da CBF, os sete profissionais que normalmente ficam dentro da sala (três árbitros, três operadores e um fiscal da confederação) precisam de espaço. Serão colocadas nas salas divisórias de acrílico para separar as pessoas, além do uso obrigatório de máscaras. Dependendo da necessidade, pode se diminuir o número de operadores na sala para dois.

A CBF descartou criar "salas" para o árbitro de vídeo ao ar livre pela necessidade de ar condicionado para manter os equipamentos usados em bom funcionamento. Cidades muito quentes, ou até mesmo chuva mais forte, prejudicariam toda a operação.

Por custo, ainda é inviável para a CBF criar VORs fixos na sede da entidade, como previsto. A Federação Paulista de Futebol fez isso nas finais do Paulistão, mas apenas para oito partidas. É preciso cabos de fibra ótica e encareceria muito o que já é considerado um alto valor, na casa dos R$ 19 milhões.

No início da pandemia e da paralisação do futebol, em março, alguns clubes questionaram a CBF sobre o uso do VAR no Brasileiro, por causa da perda de receitas que teriam. Os 20 participantes da Série A dividem cerca de R$ 7 milhões dos gastos. Foi decidido, porém, que seria um retrocesso tirar o VAR do torneio após ele funcionar satisfatoriamente em 2019.