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Marcel Rizzo

Ronaldinho detido: presidente de ONG é figura-chave em investigação

Ronaldinho deixa o Ministério Público do Paraguai após prestar depoimento ao lado do irmão Assis - JORGE ADORNO
Ronaldinho deixa o Ministério Público do Paraguai após prestar depoimento ao lado do irmão Assis Imagem: JORGE ADORNO

Colunista do UOL

07/03/2020 04h00

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Uma figura-chave na investigação dos documentos falsos encontrados com Ronaldinho Gaúcho em Assunção, no Paraguai, é Dalia Angélica López Troche. A empresária de 48 anos é a presidente da Fundação Fraternidade Angelical, a ONG (Organização Não Governamental) responsável por levar Ronaldinho e seu irmão Assis ao país vizinho ao Brasil.

Eles participariam do lançamento de um projeto social da ONG que pretende fornecer hospitais móveis a crianças carentes no interior do Paraguai, além de também lançar no país um livro do ex-jogador. As autoridades paraguaias investigam Dalia desde setembro por suspeita de lavagem de dinheiro e evasão fiscal em outras oito empresas com as quais ela tem ligação.

Mas não é só isso: a própria criação da Fraternidade Angelical é vista com desconfiança por ter sido feita em dezembro de 2019 e, poucos meses depois, o projeto de ajudar crianças ser totalmente desconhecido no país antes da chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Paraguai.

Os investigadores querem saber se há relação entre Dalia e o passaporte falso feito para Ronaldinho. Dalia estava entre as dez pessoas que receberam o ex-jogador e Assis na sala VIP do Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi. O local foi alugado para que o ex-jogador tivesse privacidade na chegada e, segundo a investigação, foi ali que recebeu os documentos falsificados. Segundo o jornal paraguaio "ABC Color", o valor pago pelo aluguel do espaço foi de US$ 198 (R$ 919) e o recibo saiu em nome da Fraternidade Angelical.

Presos na noite de sexta-feira (06), Ronaldinho e Assis negam que tenham participado da confecção ou que soubessem que receberiam os passaportes paraguaios — eles foram detidos pela polícia do Paraguai na noite de quarta-feira (4).

Na noite de quinta (5), o Ministério Público confirmou que os dois seriam beneficiados por terem colaborado com a Justiça. A lei paraguaia permite que, nesse caso, os suspeitos sejam liberados sem denúncia. Mas, horas depois, acabaram presos sob a justificativa da permanência no país durante as investigações.

O mesmo não acontecerá com outras três pessoas envolvidas no caso. O Ministério Público informou que o empresário Wilmondes Sousa Lira - que já teve sua prisão preventiva decretada - e as duas mulheres que foram detidas na quinta serão acusados do crime. Lira, que representava Ronaldinho no Paraguai, foi quem entregou a ele e o irmão os documentos falsos, que segundo a investigação pertenciam às mulheres que foram presas.