A SAF do Juventus nasce sob nenhuma transparência

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POR ACAZ FELLEGGER*
O centenário Clube Atlético Juventus poderá ser vendido na próxima terça-feira, dia 17.
A decisão será tomada pela diretoria juventina composta por aproximadamente 20 pessoas.
Não haverá votação no Conselho Deliberativo e, portanto, a decisão da SAF será tomada sem transparência e isonomia.
O atual presidente do CD do Juventus, Carlos Eduardo Gomes Pedroso, determinou, no início do ano, que a data limite de inscrições das propostas de SAF seria até dia 30 de abril.
Três propostas foram inscritas e, na sequência, ele determinou a data de 14/06 pela manhã para a apresentação das três propostas aos conselheiros.
Isso não ocorreu porque o presidente do CD não definiu os critérios para o andamento da reunião.
Depois de algumas discussões, arbitrariamente, ele afastou cerca de 30 conselheiros do local.
Duas empresas incomodadas com o que estava ocorrendo entregaram um QRcode do projeto para os conselheiros.
Nesses dois projetos estão garantidas as determinações do CONDEFAT, que tombou, como patrimônio histórico, o estádio da rua Javari — o que não está garantido no primeiro projeto apresentado, que promete transformar o estádio numa mini arena.
Diante da situação, o presidente do CD alegou que as duas empresas se recusaram a apresentar seus projetos.
Em seguida, determinou que na próxima terça-feira a diretoria decidirá pela SAF e pela primeira empresa em questão, a P&P, de Cláudio Fiorito e Federico Pastorello, donos também da Contea, em cujo nome fizeram a proposta.
As outras duas empresas — Total Player, do ex-jogador Paulo Roberto Jamelli Júnior e Fernando Medina, e Almaviva, do ítalo-brasileiro Domenico Rossi, por intermédio de seu advogado fizeram uma carta protesto que segue abaixo e foi distribuída a conselheiros e sócios.
Ao Conselho Deliberativo do Clube Atlético Juventus
Att.: Sr. Carlos Eduardo Gomes Pedroso - Presidente
Na condição de representante dos Grupos Almaviva e Total Player-Medina, vimos pela presente NOTIFICAR V. Sas. do quanto segue.
Na reunião convocada por V.Sa. e realizada em 14 de junho de 2025, os Grupos Almaviva e Total Player-Medina realizaram manifestação conjunta apontando a mais absoluta ausência de transparência e isonomia entre os proponentes no contexto da reunião que visava à apresentação das propostas de cada grupo para constituição da SAF para gestão do futebol do Clube Atlético Juventus.
Em nenhum momento os Grupos Almaviva e Total Player-Medina manifestaram posicionamento no sentido de retirar suas propostas, que foram devidamente apresentadas ao Conselho Deliberativo no prazo e observados os trâmites regimentais e estatutários determinados pelo próprio Conselho Deliberativo do Clube Atlético Juventus.
Muito pelo contrário. Na manifestação, os Grupos Almaviva e Total Player-Medina reiteraram o teor de suas propostas, indicando que todos os detalhes poderiam ser examinados pelos Conselheiros e Associados por meio de Qr Code que ficou exposto no telão, inclusive, tendo sido exibido durante toda a reunião realizada. Inclusive, colocamo-nos, na oportunidade, para esclarecer todas as dúvidas sobre as propostas.
A forma de apresentação escolhida foi a única opção diante da ausência de transparência e isonomia no processo de escolha da melhor proposta para o Clube.
Nesse sentido, NOTIFICAMOS o Sr. Presidente do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Juventus no sentido de que qualquer tentativa de excluir as propostas apresentadas pelos Grupos Almaviva e Total Player-Medina sob o falso argumento de que tais empresas teriam "retirado" sua proposta é absolutamente inaceitável, inadequada e confirmaria tentativa de direcionamento do processo de escolha.
*Acaz Fellegger é jornalista.
NOTA DO BLOG: A exemplo do que já aconteceu com o Figueirense anos atrás, quando a intenção por parte dos investidores era fazer do terreno do estádio um grande projeto imobiliário e o futebol que se danasse, também em torno do Juventus tudo indica a ideia ser a mesma, assim como acontece com a Portuguesa. Daí todo cuidado ser pouco.
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