Juca Kfouri

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Reportagem

Com dois pênaltis inexistentes, deu Flamengo que fez o dele

Eram 11 minutos do clássico entre Palmeiras e Flamengo quando o uruguaio Facundo Torres cruzou, o lateral uruguaio Varela cortou com o braço, sem que o ridículo VAR da CBF concluísse se dentro ou fora da área, e o assoprador de apito manteve sua decisão de pênalti diante de 41 mil torcedores.

Aos 17, o uruguaio Piquerez bateu e o argentino Rossi defendeu com rebote para, enfim, o brasileiro Estêvão chutar à queima-roupa e o goleiro defender novamente.

"Pênalti roubado não entra" dirão os rubro-negros e o jogo mais esperado deste Brasileirão escapava da polêmica se o gol saísse.

Leila Pereira talvez tenha pensado: "O juíz é nosso", em homenagem ao seu voto no paraquedista Samir Xaud na CBF.

Luiz Eduardo Baptista deve ter imaginado o inverso: "Já estou pagando por não ter votado no cara".

Em campo, o Palmeiras era propositivo contra o Flamengo reativo.

Estêvão se despedia da casa verde e Paulinho aguardava no banco.

Pedro também estava no banco, com Bruno Henrique mais uma vez no comando do ataque.

Quando o jogo chegou aos 30 minutos pouco cumpria a expectativa criada em torno dele, com supremacia absoluta das defesas e nenhuma emoção além do pênalti mal dado.

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Agustín Rossi era o nome do jogo assim como tantas vezes foi o xará e conterrâneo dele Agustín Cejas pelo Santos.

Aos 40, o alviverde tinha acertado apenas duas vezes entre as traves (na hora do penal) em cinco finalizações e o rubro-negro nenhuma em uma.

Os pessimistas acertavam ao prever jogo amarrado com cara de empate, que mantinha o Palmeiras quatro pontos à frente do Flamengo.

Quanto maior a expectativa, maior a decepção.

Era preciso ser muito otimista para esperar coisa melhor no segundo tempo.

Que começou com Michael de cabelo vermelho no lugar de Cebolinha que só tem feito a Nação chorar e com os cariocas, aparentemente, mais agressivos.

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Do sofá de casa, o ausente, pela 28ª vez, Abel Ferreira, por estar suspenso, ordenou a entrada de Maurício no lugar de Mayke, porque os paulistas perdiam o meio de campo.

Gerson machucou o joelho (ah, o gramado sintético!) e Danilo o substituiu, provavelmente, também, porque amanhã tem convocação da Seleção Brasileira e ele seja nome certo, embora seu rosto demonstrasse fortes dores.

Giay consertava para o Palmeiras todos os erros de Bruno Henrique pelo Flamengo, ele que virou melhor defensor que atacante na visão do treinador.

Os anfitriões inexistiam no ataque e Flaco López e Paulinho entraram nos lugares de Vitor Roque e Facundo, aos 20.

No minuto seguinte, Dom Arrascaeta driblou Murilo na área e caiu em vez de seguir, à sul-americana, mas o VAR chamou diante da imobilidade do assoprador. Que deu o pênalti, embora o toque não tenha sido forte o suficiente.

Ou seja, mais uma vez, não se trata de questão de honestidade, mas de capacidade mesmo.

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Aos 27, Dom Arrascaeta confirmou que, às vezes, o crime compensa.

Fez 1 a 0 e marcou pela 8ª vez, goleador do campeonato.

Abel Ferreira mordia as almofadas de seu apartamento.

O Palmeiras saiu em busca do empate e pôs Raphael Veiga e Luighi (deveria se pronunciar Luigui) nos lugares de Gustavo Gómez e Lucas Evangelista.

Ayrton Lucas substituiu Luiz Araújo, machucado, tudo aos 35 minutos.

Pedro e Wallace Yan, aos 39, nos lugares de Arrascaeta e Bruno Henrique.

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Gelada, a casa verde mais comia as unhas que incentivava.

Aos 42, em jogada de dois bancários, Wallace Yan tabelou com Ayrton Lucas e o lateral fez o 2 a 0 para selar a justa vitória rubro-negra.

O Palmeiras perdia pela quarta vez em 2025, todas as derrotas em casa.

E precisa treinar cobranças de pênaltis, os existentes e os inexistentes.

Estêvão se despediu discretamente.

Wallace Yan se apresentou com brilho.

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E a casa verde ouvia a contragosto: "Oh, meu Mengão, eu gosto de você".

Reportagem

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