Juca Kfouri

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Reportagem

Em vez de milagre, drama em Itaquera

O Corinthians fez bom primeiro tempo, talvez a atuação mais convincente do time neste ano.

Tinha uma missão quase impossível diante de adversário de respeito, o Barcelona de Guayaquil que havia feito 3 a 0 no Equador.

Criar chances reais de gol até que o alvinegro não criou, mas as ensaiou, principalmente de fora da área, exceção feita, aos 24 minutos, para cabeçada de Yuri no canto que Contreras defendeu muito bem.

Até que, aos 39, em escanteio, o equatoriano Félix Torres fez valer a lei do ex e abriu o placar para o Corinthians, sem comemorar no estádio lotado em Itaquera.

Era justo e era pouco, porque eram necessários mais dois gols.

Tão necessários que, aos 30 minutos, Romero já havia substituído Raniele.

Porque mais que marcar o ataque equatoriano, era preciso marcar gols.

Hugo Souza não havia feito uma defesa no primeiro tempo.

Diferentemente do que havia feito até então, no segundo tempo o Corinthians mostrava ansiedade e confundia velocidade com pressa.

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Nem Rodrigo Garro, no sacrifício, nem Memphis, clareavam o ataque alvinegro — e a Fiel passava mais nervosismo que incentivo.

Só aos 55, graças a erro de Félix Torres em saída de bola, Hugo Souza precisou fazer uma defesa.

O jogo começava a ficar a feitio do Barcelona para aproveitar o desespero brasileiro.

Contreras acertou um chute na barriga de Yuri ao devolver a bola ao jogo, nenhum jogador reclamou do pênalti e o goleiro ainda fez cera por dois minutos, encenando ter se machucado.

Em seguida, aos 61, o Barcelona ficou com dez jogadores por segundo cartão amarelo e Talles Magno foi chamado para o lugar de Martínez.

A gritaria em Itaquera era ensurdecedora e o Corinthians tinha cinco atacantes no gramado.

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A pressão era enorme, mas ao chegar aos 75 minutos, o drama, o desespero eram maiores e, nessas horas, a frieza é imprescindível.

Com dez, o Barcelona desistiu de tentar explorar o desespero e estacionou dois ônibus na frente da área.

Em vez de jogar pelo chão e pelos lados, o Corinthians jogava pelo meio e levantava bolas na área.

Venceria o jogo, mas perderia o confronto e a vaga na Libertadores.

Os irmãos Díaz diriam que estavam contentos, mas quase 45 mil torcedores sairiam frustrados, e roucos, do estádio.

A atuação desastrosa no Equador explicava o desastre.

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Restava tentar impedir o tetra do rival no Paulistinha.

Aos 84, saiu o 2 a 0 em jogada confusa, o assoprador de apito anulou e o VAR anulou a anulação, gol de Carrillo, por sinal, o melhor em campo.

Haja drama!

Os escanteios se sucediam e Memphis errou o voleio do 3 a 0, em vez de matar no peito.

Os acréscimos se limitaram a seis minutos quando, sem dúvida, deveriam ser de nove.

Não deu, mas a Fiel aplaudiu ao fim do jogo, pela entrega. E quase Matheusinho fez o gol.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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