O experiente-imaturo jogador, dado seu histórico recente, não teria capacidade de se reinventar, contrariando as ótimas ponderações de Tostão. Digamos que Neymar teria que assumir-se Ganso, ser com o outro, encontrar-se com o outro, humanizar-se, para reinventar a si mesmo. Tecnicamente falando, isso não seria difícil para ele. Alguém poderia dizer que Neymar não pode se contentar com pouco. Pouco? O que aconteceu com ele como jogador, nos últimos anos, foi menos que pouco. O crescimento emocional do homem Neymar é mais importante hoje do que nunca. Espera-se que ele demonstre ao seu torcedor esse crescimento. Ganso não é um bom parâmetro? Pode não ser, mas se reinventou no Fluminense. Só não é melhor do que foi porque demorou a amadurecer. Reinventar-se é achar seu bom futebol coletivo. Ronaldinho Gaúcho conseguiu no Galo, por que Neymar não pode conseguir no Santos? Só o campo dirá.
Independentemente do sucesso que fará no Santos durante sua curta passagem pelo clube, Neymar ainda pode ser o elo que falta ao meio de campo da Seleção Brasileira, mas, de novo, teria que demonstrar que pode se reinventar. Lá, encontrará seu ex-técnico, Dorival Júnior, que o conhece bem. Se algum jornalista perguntar a Dorival como Neymar pode jogar na Seleção, tenho certeza que otreinador vai saber responder bem na teoria, mas vai errar na prática. O treinador não é um novo desafio para Neymar, pelo contrário. O lugar de Neymar ainda não é a Seleção nesse momento, seria precipitado e até temerário convocá-lo por convocar.
O verdadeiro desafio de Neymar está no Santos, onde ele poderá demonstrar que o atual não será seu "último ciclo", mas sua última oportunidade de reinventar-se. Pedro Caixinha tem mais liberdade que Dorival para pensar, sem trocadilho, fora da caixinha como encaixar Neymar no time. Isso dependerá também de quanto o homem Neymar amadureceu realmente. A tendência é formar a sua turma (os parças) e o resto que se dane. A torcida é quem mais espera que isso não aconteça.
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