Juca Kfouri

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Reportagem

Deus é corintiano e, às vezes, injusto!

1º minuto em Itaquera: Felipe Anderson rouba de Alex Santana e Flaco López arremata para a primeira defesa de Hugo.

11º minuto: Estêvão centra na cabeça de Felipe Anderson e Hugo faz grande segunda defesa.

13º minuto: Estêvão passa para Raphael Veiga na área e o gol só não sai porque a bola desvia em André Ramalho.

Peraí! Tem certeza de que o jogo não é na casa verde?

Só dá Palmeiras.

Aí, aos 14 minutos, Matheuzinho puxa contra-ataque e serve para Yuri Alberto exigir boa defesa de Weverton.

Diante do domínio absoluto alviverde, contra-atacar era o que restava aos alvinegros, amassados em seu campo por um time muito mais descansado e organizado.

Resistir até a metade do primeiro tempo parecia uma façanha para os corintianos.

Uma entrada forte de Yuri em Gustavo Gómez paralisa o jogo por mais de dois minutos, permite que o Corinthians respire e causa estranheza a falta de cartão para o atacante.

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O Palmeiras quase não permitia ao rival passar do meio de campo.

Tudo bem, surpreendente não era.

A defesa corintiana estava simplesmente desesperada.

Aguentaria até quando?

O Palmeiras ensaiava a nona partida invicta contra o Corinthians, o que seria a sexta vitória.

Um raro chute de Yuri assustou Weverton, perto da trave.

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E os escanteios se sucediam para os visitantes.

A Fiel não parava de incentivar, mais pelo hábito do que com qualquer traço de entusiasmo. Mais parecia um canto para afastar fantasmas.

De chutão em chutão, os anfitriões nada construíam e, de pé em pé, os palmeirenses arquitetavam o gol que demorava a sair.

Acredite ou não, jogaram uma cabeça de porco no gramado em cobrança de escanteio.

Com amigos assim o Corinthians não precisa de inimigos, porque tudo de que não precisa é uma interdição de seu estádio.

Era mesmo o Dérbi do Espírito de Porco.

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Aos 41, saiu o gol.

Para o Corinthians porque o futebol é o futebol.

Um corte errado de Caio Paulista em cruzamento de Yuri, bola em Matheuzinho, pivô para Garro finalizar de fora da área, inapelável para Weverton: 1 a 0.

Se terminar os 50 primeiros minutos com empate parecia incrível, ir para o intervalo vencendo era absolutamente milagroso.

Mas milagres acontecem.

Aos 47, Hugo evitou outra vez gol de Flaco López.

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O Corinthians ia para o intervalo quatro pontos acima da Z4 e dando motivo para festa em General Severiano.

Por pouco, ou melhor, por grande intervenção de Weverton, Yuri não ampliou aos 49, em contra-ataque armado por Memphis.

André Ramalho saiu mancando e, curiosamente, embora Hugo tenha trabalhado muito mais que Weverton, as duas defesas mais difíceis foram do goleiro alviverde.

Raniele no lugar de Ramalho para o segundo tempo que começou com o Palmeiras na pressão.

Repita-se: vencer era mais importante para as pretensões do Palmeiras que para as do Corinthians.

E, aos 11, chutão pro mato na área corintiana, bola com Garro, lançamento para Yuri e 2 a 0 no placar de Itaquera, sim de Itaquera, não da casa verde.

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Carrilo entrou no lugar de Alex Santana e Dudu e Vanderlan substituíram Felipe Anderson e Caio Paulista.

Itaquera estremecia e a Água Branca se apavorava.

General Severiano? Só alegria!

Bidon no lugar de Memphis, pouco presente no Dérbi, e Rony no de Flaco, aos 18.

Se o 1 a 0 do primeiro tempo foi evidentemente injusto, o do segundo não era, porque estava na cara que o Palmeiras teria de cuidar dos contra-ataques.

Gabriel Menino e Maurício nos lugares de Moreno e Estêvão, aos 23.

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Abel Ferreira gastava toda munição que tinha em rara derrota dele para o Corinthians.

Aos 26, Menino acertou a trave de Hugo em cobrança de falta.

Sim, tinha jogo porque há Dérbis que só acabam dois, três dias depois.

Yuri se machucou e Romero o substituiu, aos 29, e Bidu entrou no lugar de Hugo, diante de 46 mil torcedores felizes da vida deles.

Aos 36, de cabeça, Rony fez Hugo operar outra bela defesa.

É claro que o palmeirense reclamará, mas sem razão, porque o time esteve bem e contra as coisas do futebol.

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E o corintiano mais convencido do que nunca de que Deus existe, é da Fiel, e até injusto, embora não exista injustiças a favor do povo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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