Primeiro lateral pós-2022 ganha espaço na Alemanha, mas some da seleção
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A primeira convocação da seleção brasileira após a Copa do Mundo de 2022 teve características bem particulares: o técnico era o interino Ramon Menezes, o ataque tinha Rony ao lado de Vini Jr. e Rodrygo, e a lateral-direita tinha uma novidade: Arthur Augusto, então com 20 anos, destaque da seleção na base e defendendo o América-MG.
Naquela partida, em 25 de março de 2023, os marroquinos venceram por 2 a 1, em Tânger. O titular foi Emerson Royal, que não foi bem. Arthur entrou aos 48min da segunda etapa, tocou duas vezes na bola, acertou um drible e cometeu uma falta.
Uma semana depois, ele foi vendido para o Bayer Leverkusen, da Alemanha, para chegar ao clube na temporada seguinte, em agosto daquele mesmo ano.

Altos e baixos
Quase três anos depois, o lateral-direito ganhou seu espaço no poderoso time alemão. "Aqui eu me sinto em casa, estou totalmente adaptado", disse, em rápida conversa com o UOL após um treino na BayArena, em Leverkusen.
No clube, a sensação é de que o brasileiro está finalmente integrado: ele fala alemão desde os primeiros meses no país e, nesta temporada, ganhou a vaga de titular com a saída de Jeremie Frimpong para o Liverpool.
"Ele já está aqui há um tempo e está claro que é importante para nós, pela qualidade que tem e pela velocidade. Tanto eu como os demais companheiros temos muita confiança nele", afirma o argentino Exequiel Palácios, campeão mundial em 2022 e um dos líderes do elenco.
O Arthur de hoje, parte importante da equipe que disputa a Champions League — enfrenta o Benfica, nesta quarta-feira, às 17h — é a versão melhorada de um jovem que sofreu para se firmar na equipe.
Quando chegou, Arthur tinha a concorrência pesada de Frimpong, lateral da seleção holandesa, e que atuava como ala, no esquema preferido de Xabi Alonso, então treinador do clube.

Ainda assim, ele teve oportunidades e somou minutos na pré-temporada. Só que, na segunda rodada da Bundesliga, sofreu uma lesão no tendão da coxa esquerda. Uma cirurgia e uma recaída depois, ele só conseguiu retornar em abril de 2024, na reta final da temporada histórica do Leverkusen.
"Ele teve a lesão, que foi muito grave, e quando voltou demorou para retomar o ritmo. O time estava ganhando tudo, e ele não se sentia parte daquilo. Foi muito difícil para ele", contou ao UOL o diretor-esportivo do clube, Simon Rolfes.
Na temporada em que o clube comemorou o título alemão inédito e invicto, o brasileiro jogou apenas quatro partidas: duas antes da lesão, e duas na reta final. Na penúltima rodada, ele deu duas assistências na goleada por 5 a 0 sobre o Bochum.
Fora do radar
A grave lesão, o pouco tempo de jogo e as mudanças de treinadores — depois de Ramon, vieram Fernando Diniz, Dorival Júnior e agora Carlo Ancelotti — deixaram Arthur praticamente fora do radar.
Ao UOL, fontes da CBF afirmam que há o monitoramento de atletas que jogam na Bundesliga, mas desde 2020 um jogador que atua na Alemanha não é chamado. O último foi Matheus Cunha, então no Hertha Berlim, convocado por Tite para substituir Gabriel Jesus em dois jogos das Eliminatórias.
Yan Couto, chamado regularmente no início da gestão Dorival Júnior, parou de ser lembrado pouco depois da Copa América, semanas antes de trocar o Girona, da Espanha, pelo Borussia Dortmund.
A lateral-direita é uma das posições em que tudo está aberto a pouco mais de sete meses da Copa do Mundo. Wesley, da Roma, é quem parece estar em vantagem para ficar com uma das vagas. Vanderson, do Monaco, já perdeu três convocações por lesões.
As alternativas à dupla têm sido jogadores do Campeonato Brasileiro: Paulo Henrique, do Vasco, foi bem nos amistosos na Ásia e voltou a ser chamado para os duelos contra Senegal e Tunísia; Vitinho, do Botafogo, já atendeu a duas convocações após cortes de companheiros.
Aos 22 anos, agora titular do Leverkusen, Arthur parece distante de uma nova chamada. A temporada de testes parece perto do fim, como já afirmou o próprio Ancelotti. Na próxima Data Fifa, em março de 2026, o treinador pretende fazer uma convocação muito próxima à que definirá os 26 jogadores que partirão rumo ao hexa.



























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