Como a volta de Yamal ao Barcelona pode causar crise com seleção espanhola

O jovem atacante jogou contra Bulgária e Turquia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e voltou à Catalunha. Poucos dias depois, o técnico Hansi Flick criticou publicamente o treinador da seleção, Luis de la Fuente, acusando-o de não cuidar dos jogadores, afirmando que Lamine havia retornado com dores e ainda assim foi escalado.

"Ele foi para a seleção com um desconforto, não treinou entre os jogos, jogou muitos minutos, 73 na primeira partida, 79 na segunda, com desconforto. Isso não é cuidar dos jogadores", disse Flick, claramente mandando uma mensagem ao treinador da seleção.

Depois das declarações do alemão, o Barcelona anunciou uma lesão no púbis, que deixou o jogador fora por três semanas — Yamal não esteve nos duelos contra Valencia, Newcastle, Getafe e Oviedo. Mesmo sem ele, o time venceu as quatro partidas.

Passado o período de recuperação, Lamine voltou a atuar no fim de setembro, entrando no segundo tempo contra a Real Sociedad. Depois, foi titular diante do PSG, na segunda rodada da fase de liga da Champions.

Informações desencontradas

Após as duas partidas, e na iminência da convocação para Data Fifa de outubro, os médicos da seleção espanhola entraram em contato com o Barcelona, para saber como estava o camisa 10. Receberam a informação de que Yamal estava cansado, mas sem lesão.

Foi aí que De la Fuente resolveu chamá-lo, para os duelos contra Geórgia e Bulgária, e por isso foi incluído na lista.

A situação parecia normal, mas a crise voltou a explodir quando, horas depois do anúncio da convocação, o Barcelona divulgou que o atacante havia sofrido uma recaída e ficaria novamente fora por duas a três semanas. Desfalcado de sua estrela juvenil, o time de Flick foi goleado pelo Sevilla por 4 a 1.

A diferença de versões entre o Barcelona e a Federação Espanhola gerou desconforto em Las Rozas, sede da seleção.

No clube, afirma-se que o jogador voltou a ter dores no púbis; já na seleção, a informação recebida era de que Lamine estava apenas cansado e em condições de viajar.

O caso reacendeu as tensões entre Flick e De la Fuente, especialmente pela falta de clareza sobre quando a lesão realmente aconteceu, e qual a sua gravidade.

No fim, o Barcelona venceu a queda de braço: Lamine Yamal foi cortado por lesão. Sem ele, a Espanha levou a melhor sobre Geórgia (2 a 0) e Bulgária (4 a 0), praticamente garantindo uma vaga para a Copa do Mundo.

Polêmica à vista

A possível escalação de Lamine Yamal contra o Girona levanta novamente a dúvida sobre o corte das partidas da seleção. Na terça-feira, horas antes da Espanha golear os búlgaros, o ponta já voltava a treinar com os colegas no Barcelona.

A menos de oito meses para a Copa do Mundo, a Espanha é vista como uma das favoritas ao título. Por isso, a ordem em Las Rozas é tentar abafar o caso para que a repercussão não contamine o ambiente.

O desafio é complicado. No início de novembro, De la Fuente convocará a seleção novamente, para a última Data Fifa do ano — os duelos contra Geórgia e Turquia devem sacramentar a vaga na Copa do Mundo.

A ideia da comissão técnica é contar novamente com Lamine Yamal. Por outro lado, o Barcelona continua preocupado com a sequência de jogos e com a possibilidade de que a lesão no púbis volte a aparecer.