Goleada com quatro atacantes que marcam deixa Neymar mais longe da seleção
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Durante a transmissão de Brasil x Coreia do Sul, o narrador Luis Roberto, da TV Globo, afirmou que "Rodrygo está usando a camisa 10, que é de Neymar". A frase, dita no início do primeiro tempo, dificilmente seria usada com tanta naturalidade após a goleada por 5 a 0.
A seleção de Carlo Ancelotti foi a campo com quatro atacantes: Vini Jr., Rodrygo, Matheus Cunha e Estevão. Todos eles tiveram movimentação intensa no setor ofensivo, mostraram-se dispostos a voltar para ajudar o meio campo e construíram a primeira linha de pressão ao adversário — o terceiro gol, marcado por Estevão foi a representação gráfica disso.
Após a goleada, na melhor atuação brasileira no ciclo pós-2022, a primeira análise é que Ancelotti terá dificuldades para mexer no ataque: Raphinha está machucado, João Pedro foi poupado, Martinelli pede passagem. Todos eles devem receber chances nos próximos amistosos.

E Neymar, o "dono" da 10?
O camisa 10 do Santos, que luta contra lesões de diferentes níveis desde o último Mundial, parece cada vez mais distante de voltar a vestir a camisa verde e amarela. Não apenas pelo que fez desde que voltou ao Brasil, mas pelo que seus antigos colegas vêm fazendo, especialmente nesta sexta-feira.
Neymar nunca foi chamado por Carlo Ancelotti. Em duas convocações, estava machucado, em outra, mesmo jogando, não entrou na lista. Sem ele, a seleção abdicou de ter de um "camisa 10 clássico" para ter um carrossel ofensivo em que a primeira linha de quatro marca, rouba bolas e dá tranquilidade aos dois volantes.
Neymar tem qualidade que nenhum de seus companheiros atuais possui, mas não consegue mais atender à exigência física que o sistema de Ancelotti demanda. Ele já fez isso ao longo da carreira — na fase final da Champions League de 2019-20, por exemplo, estava em todos os lugares com campo com a camisa do PSG.
Cinco anos, uma ruptura de ligamentos do joelho e mais lesões no tornozelo depois, Neymar é outro jogador. Uma referência técnica, porém de pouca mobilidade. Seja como camisa 10 ou centroavante, ele quebraria a lógica do quarteto de Ancelotti.
Para ter Neymar no time titular, o treinador italiano teria de mudar algo que parece começar a dar certo.
Ancelotti é um mestre em se adaptar às diferentes circunstâncias de seus elencos, como mostrou no Milan sem Shevchenko e no Real Madrid sem Benzema. Ele até tem a capacidade de moldar uma nova equipe para um Neymar hipotético, um jogador que chegasse atropelando nos meses anteriores à Copa do Mundo.
Mas será que o mister quer fazer isso? Por enquanto, há cada vez menos motivos.





























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