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Xabi Alonso já muda cara do Real Madrid e cria desafio para brasileiros

São apenas quatro jogos à frente do Real Madrid, mas Xabi Alonso já mudou a cara do time da capital espanhola. Neste sábado, às 17h (horário de Brasília), o novo treinador comanda a equipe contra o Borussia Dortmund, pelas quartas de final do Mundial de Clubes.

A nova gestão, ainda em sua fase inicial, já tem elementos que podem não ajudar dois brasileiros do elenco: os atacantes Rodrygo e Endrick.

Desde a partida contra o Salzburg, pela última rodada da fase de grupos do Mundial, o treinador levou a campo seu esquema tático favorito, que o consagrou no Bayer Leverkusen: o 3-5-2, com um trio de zagueiro, alas que atacam e meio-campistas capazes de fazer múltiplas funções.

Na frieza dos números, a formação tem um impacto óbvio: o time deixa de ter três atacantes (como no 4-3-3 de Ancelotti) e passa a jogar com apenas dois.

Em teoria, o novo sistema elimina a figura dos pontas fixos — o ataque lateral passa a ser feito pelos alas. Neste Mundial, os titulares dessas posições têm sido Trent Alexander-Arnold e Fran García.

Vini Jr. continua a partir do lado esquerdo, mas passa a ter mais liberdade para ser um dos dois atacantes na formação. A outra vaga é de Kylian Mbappé, mas os recentes problemas de saúde do francês abriram uma brecha para o espanhol Gonzalo García, que entrou bem e marcou três gols.

Xabi Alonso, técnico do Real Madrid, orienta os jogadores durante o empate com o Al-Hilal, pelo Mundial
Xabi Alonso, técnico do Real Madrid, orienta os jogadores durante o empate com o Al-Hilal, pelo Mundial Imagem: Hannah Mckay/Reuters

Com uma vaga a menos no ataque e novos nomes na fila de espera por uma chance, Rodrygo e Endrick têm diante de si o desafio de conquistar Xabi Alonso. A briga por minutos deve ficar ainda mais intensa com a chegada de Franco Mastantuono, prodígio argentino que fará 18 anos em agosto e se juntará ao elenco para o início da temporada.

Os dois brasileiros vivem situações diferentes: Rodrygo está no Mundial em condições de jogar, mas atuou em apenas dois jogos — foi titular e substituído contra o Al-Hilal, na estreia, e entrou no segundo tempo diante do Salzburgo.

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O sistema sem pontas força o camisa 11 a brigar por uma posição como atacante, disputando com Vini Jr., Mbappé e o novato Gonzalo; ou como meio-campista mais criativo, lutando por minutos com o titular absoluto Jude Bellingham e o emergente turco Arda Guller.

Endrick, por sua vez, está machucado desde o fim da Liga Espanhola e não tem condições de jogo. Ele até foi aos Estados Unidos para se juntar ao elenco e se apresentar a Xabi Alonso, mas só deve voltar a campo na pré-temporada, entre o fim deste mês e o início de agosto.

Enquanto não pode jogar, o jovem atacante vê a lista de candidatos a minutos no time crescer e as vagas no ataque diminuírem. O entendimento no Real Madrid atualmente é que Gonzalo García "furou a fila" e está à frente do brasileiro como reserva imediato de Mbappé.

Endrick comemora gol marcado pelo Real Madrid contra a Real Sociedad na Copa do Rei
Endrick comemora gol marcado pelo Real Madrid contra a Real Sociedad na Copa do Rei Imagem: Diego Souto/Getty Images

E o futuro?

Tanto Rodrygo quanto Endrick ainda podem mudar a situação. Afinal, a gestão Xabi Alonso acaba de começar, e o treinador espanhol costuma gerenciar seus elencos como base no desempenho em treinos e no aproveitamento das oportunidades.

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Só que, nas últimas semanas, o nome de Rodrygo tem sido mencionado nos bastidores do clube como uma possível venda. Ainda não há propostas oficiais, mas sim o interesse de equipes como Arsenal e PSG. Segundo soube o UOL, o Real Madrid não se oporia a uma venda por volta de 80 milhões de euros (R$ 510 milhões).

O caso de Endrick vai no sentido oposto: apesar de haver sondagens sobre um possível empréstimo — com o intuito de dar a ele mais oportunidades — o atacante e seu estafe insistem que não há qualquer plano de sair do Real Madrid.

"A ideia é ficar e ganhar espaço, seguindo o planejamento", disse ao UOL uma pessoa próxima ao jogador. O plano de carreira já contemplava uma posição inicial de coadjuvante por causa de Mbappé, mas não contava com a aparição de Gonzalo, um jovem da base madrilenha e queridinho da torcida. "Eu conto com os três (centroavantes). Endrick ainda está se recuperando, mas eu vejo ele bem e contamos com ele", disse Xabi Alonso.

Eder Militão, do Real Madrid, em treino durante o Mundial de Clubes
Eder Militão, do Real Madrid, em treino durante o Mundial de Clubes Imagem: Hannah Mckay/Reuters

Bom para Militão?

Se para os atacantes o "overbooking" no setor não ajuda, a situação do zagueiro Eder Militão, que acaba de se recuperar de uma lesão grave no joelho, é melhor. Com o novo sistema de três zagueiros, há uma vaga mais no time para o ex-atleta do São Paulo.

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Nos dois últimos jogos, o Real Madrid atuou com uma linha de três zagueiros, usando o volante Aurelien Tchouameni improvisado no setor.

Contra o Borussia Dortmund, neste sábado, é possível que Militão volte a estar no banco de reservas e possa até ser usado nos minutos finais.

Os times de Xabi Alonso costumam ser montados com um zagueiro central mais forte e lento, e dois que jogam mais abertos e precisam ter mais velocidade: Militão entra nesse perfil, podendo jogar até como lateral, caso haja necessidade.

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