'Veiga do Porto' trocou seleção por R$ 160 milhões e levou bronca de ídolo
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O Porto, adversário do Palmeiras na estreia do Mundial de Clubes, também tem o seu Veiga no meio-campo. O espanhol Gabri Veiga, última contratação do clube português para o torneio, tem uma história incomum no futebol europeu. O encontro com Raphael Veiga será às 19h de domingo (horário de Brasília).
Nascido em Porrinho, na Galícia, o meio-campista escalou as categorias de base do Celta como um dos jogadores mais promissores do futebol espanhol. Estreou pelo clube de Vigo aos 18 anos, fez parte das seleções nacionais inferiores e foi trilhando um caminho que chamava a atenção.
Na temporada 2022-23, aos 20 anos, Veiga explodiu: ele marcou 11 gols na LaLiga, foi o destaque do Celta e entrou no radar de clubes de toda a Europa. O Barcelona esteve perto de contratá-lo, o Real Madrid também queria, o Napoli fez uma proposta mais vantajosa, mas... apareceu o Al-Ahli, da Arábia Saudita.

Proposta indecente
O clube da Arábia Saudita pagou 40 milhões de euros (R$ 256 milhões na cotação atual) ao Celta e acertou salários de 13 milhões de euros por temporada (R$ 80 milhões) com o jogador — seis vezes mais do que a proposta do Napoli.
Classificação e jogos
Na época, a notícia foi uma bomba no futebol espanhol. Enquanto o Celta comemorava a venda, dirigentes da Federação Espanhola (RFEF) e de clubes mostravam seu incômodo nos bastidores.
Toni Kroos, então jogador do Real Madrid e uma das inspirações de Veiga, foi além. O alemão mostrou sua indignação de forma pública, em suas redes sociais. "Vergonhoso. É só pelo dinheiro", escreveu. A bronca de um de seus jogadores favoritos não mudou o pensamento do jovem. Aos 21 anos, Veiga partiu para a Liga Saudita.
No Al-Ahli, o meio-campista não jogou mal, mas jamais se adaptou ao país. Além disso, Veiga distanciou-se da seleção espanhola e perdeu a chance de disputar, por exemplo, uma vaga na convocação da Eurocopa. Alex Baena, seu companheiro de meio-campo na seleção sub-21 anos antes, levantou o título com o time de Luis de la Fuente.
No fim do segundo ano de contrato e com uma temporada pela frente, Veiga comunicou aos árabes que queria voltar à Europa. Com R$ 160 milhões a mais na conta, ele aceitou proposta do Porto para ganhar 90% menos que no clube árabe, com o objetivo de retomar a carreira em alto nível. Os portugueses pagaram 15 milhões de euros (R$ 96 milhões) pelos direitos do atleta.
"Sim, houve um esforço financeiro meu, o presidente tem toda a razão, obviamente é impossível ganhar o mesmo aqui do que na Arábia. Não penso no aspecto econômico, mas sim na carreira, voltar ao futebol europeu", afirmou o jogador, em entrevista coletiva às vésperas do duelo com o Palmeiras, já nos Estados Unidos.
O Mundial de Clubes é o primeiro passo para retornar aos holofotes e buscar novamente a vaga que parecia destinada a ele na seleção espanhola, a um ano da Copa do Mundo.
O Palmeiras, primeiro adversário dos portugueses, fará parte dessa história tão rara quanto inusitada: a de um jogador que abre mão de sua seleção, ainda jovem, em busca de muito dinheiro, e que tem a chance de reescrever seu caminho apenas dois anos depois.
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