Eles se importam ou não? Como os europeus encaram o Mundial de Clubes
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Dentre as várias perguntas que são feitas às vésperas do início da Copa do Mundo de Clubes — o primeiro com 32 equipes, que começa no sábado — duas se destacam: a primeira é óbvia: quem será o campeão?
A segunda, quase tão importante: qual a real importância que os europeus dão para o torneio?
Na impossibilidade de prever o futuro e contar quem será o campeão, a coluna conversou com jornalistas, fontes ligadas a clubes, mergulhou em entrevistas e declarações dos envolvidos para tentar encontrar uma resposta para a segunda.
Afinal, os europeus se importam ou não com o Mundial de Clubes da Fifa?
Como são 12 clubes europeus, de sete países, a resposta não é homogênea. Por isso, vamos ver o tratamento que cada um deles dá ao torneio, que será disputado nos Estados Unidos.

Real Madrid
Para o Real Madrid, o Mundial de Clubes é importantíssimo. É um torneio estratégico, porque é um clube de alcance global, que se interessa muito por ter torcedores em todos os continentes. Eu diria que tem o mesmo nível de importância do Campeonato Espanhol, ou até maior. Só é menos importante que a Champions League. O fato de estrear Xabi Alonso como técnico aumenta a expectativa, também.
Anton Meana, repórter da Cadena SER

Atlético de Madri
Para o Atlético de Madri é uma oportunidade enorme de abrir o mercado mundial. Também é uma possibilidade de salvar a temporada, porque Simeone não ganha um título há muito tempo. O prêmio em dinheiro também é um atrativo. A injeção de dinheiro pode fazer uma diferença grande na hora de contratar jogadores.
Anton Meana, repórter da Cadena SER

Bayern de Munique
O Bayern leva este torneio muito a sério. Em parte por motivos de prestígio, mas, acima de tudo, pelo aspecto financeiro. Embora o clube esteja em boa situação financeira, mais de 100 milhões de euros em receita potencial é algo que ninguém gostaria de deixar passar. No aspecto esportivo, a resposta é simples: o Bayern sempre entra nos torneios para vencer.
Mario Krischel, repórter da revista Kicker

Borussia Dortmund
Esta é a primeira vez na história que uma Copa do Mundo de Clubes como esta está sendo realizada. É algo especial para todas as equipes - e também para os treinadores. É um privilégio fazer parte disso. Não sabemos exatamente o que esperar, e isso só aumenta a expectativa. Precisamos coletar informações e analisar os vídeos de todos os adversários.
Niko Kovac, técnico do Borussia Dortmund (em entrevista ao site da Fifa)

Manchester City
Para o Manchester City, o torneio é enorme do ponto de vista do marketing. O clube tem muitos torcedores nos Estados Unidos e ficou famoso por lá pela série Ted Lasso. Do ponto de vista esportivo, não há tanta empolgação assim. Internamente, há quem considere que o Mundial é um obstáculo na preparação para a temporada da Premier League.
Richard Martin, jornalista do Goal.com

Chelsea
Para o Chelsea, o torneio é visto como uma grande oportunidade de fazer história. Após conquistar a Conference League, o Chelsea já venceu todos os troféus possíveis e agora pode adicionar mais um à sua coleção. O Mundial servirá também para dar chance a alguns jogadores, como Andrey Santos, que volta de empréstimo ao Estrasburgo.
Glenn Taylor, jornalista da Mediapro

PSG
É uma competição nova, mas emocionante pelo que significa -- e me parece apaixonante. Será uma festa do futebol para os torcedores. Nosso objetivo é o de sempre: lutar pelo título. O PSG hoje é uma referência mundial e tem muita vontade de continuar fazendo história ganhando essa primeira edição do Mundial de Clubes.
Luis Enrique, técnico do PSG (em entrevista ao site da Fifa)

Internazionale
Há muitos anos um Mundial de Clubes não gerava tanta expectativa na Itália. No caso da Inter, é uma equipe muito competitiva, mas que nesta temporada não ganhou nada, e leva o torneio muito a sério, porque quer apagar a imagem ruim deixada pela goleada de 5 a 0 contra o PSG na final da Champions League. O time estreia treinador: Cristian Chivu substituiu Simone Inzaghi.
Raffaele Riverso, jornalista do Tuttosport

Juventus
A Juve chega ao Mundial em um ambiente de caos: o diretor-esportivo Cristiano Giuntoli foi demitido, e o técnico Igor Tudor está na berlinda; o torneio é fundamental para o futuro dele no cargo. O clube considera a competição importante pelo aspecto financeiro, e também para fazer testes pensando na próxima temporada.
Andrea de Pauli, jornalista do Corriere dello Sport

Benfica
O Benfica, por respeito à sua história, encara cada jogo e cada torneio com o objetivo de vencer. Além disso, há o aspecto financeiro e o prestígio internacional, que o clube sempre valorizou. O fato de o time ainda contar com Ángel Di María -- que vai voltar para a Argentina após o torneio -- é mais uma prova da seriedade com que o clube encara a competição.
David Marques, jornalista do Maisfutebol

Porto
O Porto tem levado o Mundial muito a sério, até porque não jogou a Champions League neste ano. O torneio nos EUA é uma forma de compensação para os torcedores e diretoria. O clube tem feito uma intensa campanha de promoção do evento, usando ex-jogadores do clube. O time começou a treinar há uma semana e já fez dois amistosos de preparação. Os torcedores estão animados com o Mundial, mas não com o time em si.
Sergio Pires, jornalista da CNN Portugal
RB Salzburg
É uma oportunidade muito especial para nós, um clube austríaco, poder competir contra as melhores equipes do mundo - enfrentando times de outros continentes. Estamos ansiosos para começar. Jogar a fase de grupos já é excelente, mas seria ainda melhor se conseguíssemos avançar pelo menos mais uma fase.
Thomas Letsch, treinador do RB Salzburg (em entrevista ao site da Fifa).
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