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ReportagemEsporte

Não é só portunhol: seleção poliglota fala com Ancelotti em até 4 idiomas

Carlo Ancelotti quer aprender português e já está fazendo aulas para se comunicar bem com os jogadores da seleção brasileira. O italiano já entende melhor o idioma e promete falar em breve.

No treino de ontem, deu para ver uma conversa com Estêvão — acompanhada por Danilo. O jovem (ainda) do Palmeiras é um dos que ainda estão engatinhando no leque de idiomas. Mas Danilo e o próprio técnico ajudaram a reduzir a barreira da linguagem.

A iniciativa de aprender português partiu de Ancelotti, que sempre pergunta aos interlocutores se está falando as palavras corretamente. Ele é apaixonado por conhecer novas línguas e está gostando da experiência. Mas, na prática, nem precisava.

Afinal, praticamente todos os jogadores da seleção brasileira falam (ou pelo menos entendem) um dos quatro idiomas em que o treinador italiano é fluente: além de seu idioma nativo, Ancelotti fala inglês, espanhol e francês.

Una chiacchierata con l'allenatore

Na atual convocação da seleção brasileira, Carletto poderia usar sua língua materna com pelo menos nove jogadores: Carlos Augusto e Ederson, que jogam na Série A do Calcio, falam italiano fluentemente; Alisson, Marquinhos e Danilo aprenderam quando atuaram no país.

A lista tem ainda Alex Sandro e Gerson, que entendem bem o idioma pela passagem no país, além do goleiro Bento, que tem dupla nacionalidade italiana, e de Matheus Cunha, que merece um capítulo à parte ao falarmos de idiomas na seleção.

Carlo Ancelotti recebe Vini Jr na apresentação da seleção brasileira
Carlo Ancelotti recebe Vini Jr na apresentação da seleção brasileira Imagem: @rafaelribeirorio I CBF

Una charla con el seleccionador

O espanhol foi a primeira língua usada por Ancelotti para responder às perguntas em entrevistas coletivas. O idioma, mais acessível a entendimento dos brasileiros, é praticamente a segunda língua do treinador, depois de duas passagens pelo Real Madrid.

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Nas primeiras conversas com o grupo, Carletto ainda misturava muitas palavras do idioma com algumas tentativas de falar português. Os jogadores entendem praticamente tudo e, quando é preciso traduzir algo, há pelo menos uma dezena de atletas no vestiário que conhecem bem o idioma.

Além dos que jogam na Liga Espanhola — Vini Jr., Raphinha e Antony —, há também quem passou pelo país durante a carreira, como Danilo, Andreas Pereira, Casemiro e Matheus Cunha. Já Bruno Guimarães, Martinelli e Beraldo aprenderam o idioma mesmo sem ter atuado no país.

A chat with the manager

As passagens de Ancelotti pelo Chelsea e pelo Everton acrescentaram o inglês à lista de idiomas que o treinador fala fluentemente. O sotaque italiano é marcante, mas o manager conseguia passar bem as ideias a seus comandados no vestiário.

Na língua de Shakespeare, ele conseguiria falar com pelo menos uma dezena de jogadores. São sete convocados que atuam na Premier League e todos eles se comunicam no idioma, em diferentes níveis: Alisson, Andreas Pereira, Bruno Guimarães, Casemiro, Martinelli, Matheus Cunha e Richarlison.

Outros, como Antony e Raphinha, aprenderam o idioma quando passaram pela Inglaterra. E há casos como Beraldo e Léo Ortiz, que tomaram contato com a língua por outros interesses — o zagueiro do Flamengo é fanático pelo New England Patriots, time da NFL, a liga de futebol americano.

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Carlo Ancelotti cumprimenta Alexsandro, do Lille: dupla pode conversar em francês
Carlo Ancelotti cumprimenta Alexsandro, do Lille: dupla pode conversar em francês Imagem: @rafaelribeirorio I CBF

Une conversation avec l'entraîneur

O quarto idioma do arsenal de Carlo Ancelotti é o francês, no qual ele já se comunicava em nível intermediário, mas aprimorou nos tempos de PSG. O fato de dominar a língua, aliás, fez o italiano ganhar muitos pontos no clube parisiense — os franceses são conhecidos pelo respeito a quem fala o seu idioma.

Se quiser praticar um pouco, ele terá bons professores na seleção. O principal deles é Marquinhos, capitão do PSG, que fala francês fluentemente, usando inclusive expressões que surpreendem os próprios locais.

Seu companheiro de defesa no clube, Lucas Beraldo, ainda está aprendendo o idioma, mas já consegue se comunicar. O mesmo acontece com Andrey Santos, que já arriscou algumas entrevistas. O zagueiro Alexsandro e o lateral Vanderson, no país há mais tempo, já estão mais à vontade e participam até de entrevistas coletivas em francês.

Há ainda os casos de Bruno Guimarães, que aprendeu o idioma quando jogou no Lyon, e de Matheus Cunha, que fez o mesmo quando atuou no Sion, da Suíça. Já Andreas Pereira, que nasceu na Bélgica, aprendeu o idioma na infância.

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Matheus Cunha é um dos maiores poliglotas da seleção brasileira
Matheus Cunha é um dos maiores poliglotas da seleção brasileira Imagem: Malcolm Couzens/Getty

Os poliglotas da seleção

Os idiomas falados por Carlo Ancelotti transformam o treinador em um poliglota, termo que costuma ser usado para quem fala quatro ou mais línguas.

Por mais que o número seja impressionante, o italiano está atrás de dois jogadores convocados por ele: Andreas Pereira e Matheus Cunha.

Os dois são os maiores fenômenos linguísticos da seleção. Cunha fala, além do português, os quatro idiomas que o novo treinador domina — francês, italiano, espanhol e inglês — e também alemão, que Ancelotti tentou aprender nos tempos do Bayern de Munique, mas acabou não conseguindo avançar muito. São seis idiomas no total.

Andreas Pereira, por sua vez, aprendeu três idiomas ainda na infância: além do português, língua do pai, ele foi educado em francês e holandês. Quando jovem, o meia aprendeu inglês e, nas passagens por Granada e Valência, ficou fluente em espanhol; ele também se comunica em italiano. São seis idiomas no total, mais o flamenco, que é considerado uma variação do holandês, falado na Bélgica.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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