Neymar que deu certo? Ídolo suíço retorna ao país com recordes e título
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Voltar ao país natal, defender o clube que o revelou, marcar muitos gols, fazer a melhor temporada da carreira e coroar tudo isso com um título que a torcida esperava há muito tempo.
O parágrafo acima poderia resumir o sonho dos santistas com o retorno de Neymar, no início deste ano. Mas, na verdade, ele descreve uma história que já aconteceu. Foi na Suíça, tendo como protagonista o principal jogador que o país produziu nos últimos anos: Xherdan Shaqiri.
O meio-campista é um dos maiores ídolos da história do futebol suíço: esteve em quatro Copas do Mundo, passou por clubes como Bayern de Munique, Internazionale e Liverpool, ganhou duas Champions League, dois Mundiais de Clubes, além de taças na Inglaterra e Alemanha.
Os números na seleção são superlativos: o jogador nascido no atual território do Kosovo é o terceiro atleta que mais vezes defendeu a equipe (125 jogos), o quarto com mais gols marcados (32) e o segundo artilheiro do país em Copas (5 gols).

No início da temporada europeia, após dois anos e meio no Chicago Fire, da MLS, e prestes a completar 33 anos, Shaqiri tomou uma decisão: voltar ao Basel, seu primeiro clube, para tentar encerrar o jejum de nove anos sem um título no campeonato nacional.
O retorno foi um sucesso: Shaqiri disputou 36 partidas na temporada, marcou 20 gols e deu 21 assistências. É o artilheiro e o líder de assistências do Campeonato Suíço, e o Basel já garantiu o título por antecipação. As cifras são um recorde pessoal do jogador, que jamais havia chegado perto de números tão expressivos.
O Basel ainda pode acabar a temporada com o "doblete": no dia 1º de junho, enfrentará o Biel-Benne, da terceira divisão, na final da Copa da Suíça. No sábado (17), o time B do clube venceu o rival por 3 a 0, em duelo pela Terceirona.
"Eu não achei que isso aconteceria no primeiro ano, mas sendo assim fica ainda mais bonito. E agora temos a chance de conquistar o segundo título", disse Shaqiri durante a comemoração da conquista da Liga Suíça.
Na próxima temporada, o desafio de Shaqiri e do Basel é manter o bom momento da parceria na Champions League, competição que o suíço-kosovar venceu duas vezes, em 2012/13 com o Bayern de Munique e em 2018/19 com o Liverpool.
E o Neymar?
Pela importância para suas seleções, a carreira vitoriosa na Europa e a idade que chegam ao clube que os revelou, as histórias de Neymar e Shaqiri têm paralelos interessantes, guardadas as proporções e sem querer fazer nenhuma comparação técnica entre ambos.
Só que, se olharmos apenas para a fase atual da carreira deles, as histórias são bem diferentes. Enquanto Shaqiri empilha recordes e revoluciona o futebol na Suíça, Neymar ainda tem pouco impacto (dentro de campo) em sua volta ao Brasil.
Desde que voltou à Vila Belmiro, no início do ano, o camisa 10 disputou apenas nove jogos — dois no Brasileirão e sete no Paulista. Ele marcou três gols, todos de bola parada (um de pênalti, um de falta e um olímpico), e deu três assistências, sempre no Estadual.
A trajetória do craque no Santos tem sido interrompida pelas lesões, um problema recorrente nas temporadas mais recentes da carreira. O clube espera que Neymar volte ainda neste mês e que, caso renove o contrato, possa ajudar o time a fazer uma boa temporada no segundo semestre.
O caso de Shaqiri mostra que a torcida santista ainda pode sonhar.
Ouça o podcast "Neymar", publicado às terças no canal de YouTube do UOL Prime e em todas as plataformas de podcasts (Spotify, Apple Podcasts e Deezer) e às quartas no YouTube de UOL Esporte.
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