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Mesmo com gols, Endrick não fura bolha no Real e perde espaço na seleção

É a terceira vez que acontece em menos de dois meses: Endrick tem uma chance no Real Madrid, ajuda a decidir um jogo da Copa do Rei, é elogiado, ganha confiança e... quando chegam as partidas do Campeonato Espanhol e da Champions League, volta a ficar apenas com migalhas.

Diante do Rayo Vallecano, no domingo, o brasileiro nem saiu do banco. Cinco dias antes, na terça, havia entrado aos 44 minutos do segundo tempo diante do Atlético de Madri na Champions League. Contra o Real Bétis, no início do mês, foram 15 minutos, na reta final do jogo.

As três partidas neste recorte são importantes porque vieram logo depois da vitória por 1 a 0 sobre a Real Sociedad, no jogo de ida das semifinais da Copa do Rei, em 26 de fevereiro. No dia seguinte, os jornais rasgaram elogios ao jovem brasileiro. O momento parecia ser de mais chances — até agora, foram 16 minutos em campo.

A situação começa a preocupar o entorno do jogador porque não é a primeira vez que o padrão se repete: neste ano, Endrick entrou e correspondeu em dois outros duelos da Copa do Rei: contra o Celta, marcou dois gols em 11 minutos na prorrogação; diante do Leganés, foi titular e balançou as redes. O torneio, o segundo em importância na Espanha, tem sido usado pelo Real Madrid para descansar algumas estrelas.

Endrick comemora gol marcado pelo Real Madrid contra o Celta de Vigo na Copa do Rei
Endrick comemora gol marcado pelo Real Madrid contra o Celta de Vigo na Copa do Rei Imagem: Quality Sport Images/Getty Images

Nas duas ocasiões, os gols não tiveram uma recompensa em tempo de jogo: após o "doblete" contra o Celta, Endrick jogou 27 minutos nas cinco partidas seguidas. A sequência do duelo contra o Leganés foi ainda pior: três jogos sem sair do banco e dois entrando apenas nos acréscimos.

Carlo Ancelotti continua dizendo, nos bastidores e em público, que Endrick precisa "ter paciência e trabalhar". O técnico já demarcou onde estão as oportunidades do brasileiro — na Copa do Rei — e quer ver alto rendimento nessas oportunidades; portanto, o italiano está satisfeito, mas não tem pressa, já que Mbappé, Vini Jr., Rodrygo e Bellingham têm correspondido.

Nem Endrick, nem ninguém, conseguiu furar essa "bolha": quando os quatro estão em condições de jogo e Ancelotti quer escalar a força máxima, as vagas têm dono.

Endrick comemora gol marcado pela seleção brasileira contra a Espanha em amistoso
Endrick comemora gol marcado pela seleção brasileira contra a Espanha em amistoso Imagem: Mateo Villalba/Getty Images

Só que a ausência em partidas importantes e a falta de minutos em nível competitivo é um dos critérios levados em conta pela comissão técnica da seleção brasileira.

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Foi o que afastou Luiz Henrique, melhor jogador do futebol brasileiro em 2024, da convocação para os duelos contra Colômbia e Argentina. O ex-jogador do Botafogo foi para a Rússia e passou dois meses sem jogos oficiais. Enquanto isso, João Pedro e Matheus Cunha faziam boas temporadas na Premier League. O mesmo critério se aplica a Endrick.

Apesar da ausência na seleção e da falta de minutos gerarem incômodo, sair do Real Madrid não está nos planos. Na equipe do jogador, o mantra é seguir trabalhando e ir, aos poucos, conquistando mais oportunidades. Ainda que o ritmo de Ancelotti seja diferente do ritmo de Endrick.

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