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Crise do United faz 2º homem mais rico do Reino Unido virar 'mão de vaca'

O bilionário Jim Ratcliffe, segundo homem mais rico do Reino Unido, é conhecido pela ousadia nos negócios. Nascido em uma família humilde de Manchester, ele fez fortuna na indústria química — é o criador da Ineos —, e tem um patrimônio estimado em 12,5 bilhões de libras (R$ 92 bilhões). Uma de suas frases mais famosas é "detesto perder dinheiro".

Só que, desde o início de 2024, Ratcliffe está perdendo muito dinheiro, até mesmo para os seus padrões. O magnata não resistiu à sua paixão futebolística e comprou quase um terço das ações do Manchester United. Apesar de ser sócio minoritário, ele é o principal responsável pela gestão do clube.

A expectativa era que, com sua experiência no mundo dos negócios, ele fosse capaz de tirar o time da crise. Pouco mais de um ano depois, o time está em 14º lugar na Premier League e foi eliminado na Copa da Inglaterra.

Técnico Ruben Amorim, do Manchester United, durante jogo contra o Fulham pela Copa da Inglaterra
Técnico Ruben Amorim, do Manchester United, durante jogo contra o Fulham pela Copa da Inglaterra Imagem: Carl Recine/Getty Images

Mas os problemas vão muito além do campo: a dívida do United chegou a 700 milhões de libras (R$ 5,2 bilhões) em dezembro do ano passado. Os números do balanço parcial da temporada 2024-25 mostram mais números em vermelho.

Diante deste cenário, o clube começou uma contenção de gastos intensa, sob a supervisão de Ratcliffe. Em 2024, 250 funcionários foram demitidos — há uma previsão de mais demissões, entre 150 e 200, nos próximos meses.

Mas é nos detalhes que o bilionário tem se mostrado um "mão de vaca" na gestão dos gastos: desde o início da temporada, o clube aumentou o preço de ingressos para sócios, acabou com os descontos para idosos e crianças, e até aumentou o preço do estacionamento para deficientes físicos em Old Trafford.

Casemiro em ação com a camisa do Manchester United
Casemiro em ação com a camisa do Manchester United Imagem: Charlotte Wilson/Offside/Offside via Getty Images

A festa de Natal dos funcionários também não escapou do corte. Tradicional no clube, sempre com um gordo subsídio, ela foi cancelada em 2024. A ajuda de custo para funcionários que quisessem ir a jogos do clube como visitante também desapareceu.

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Nem mesmo quem é lenda do clube escapou do "facão": em outubro do ano passado, o clube encerrou o contrato de embaixador de Sir Alex Ferguson — maior técnico de sua história. Ex-jogadores como Andy Cole, Bryan Robson e Denis Irwin continuaram como embaixadores, mas com salários menores.

"Nós perdemos dinheiro nos últimos cinco anos. Isso não pode continuar. Nossas duas principais prioridades como clube são garantir sucesso dentro de campo para nossos torcedores e melhorar nossas instalações. Não podemos investir nesses objetivos se continuarmos tendo prejuízo", afirmou Omar Berrada, CEO do clube, em comunicado oficial no fim de fevereiro.

A única esperança do Manchester United salvar a temporada esportivamente é a Liga Europa. Hoje, o time visita a Real Sociedad, pelas oitavas de final. O título, além de garantir uma premiação de 8,6 milhões de euros (R$ 53 milhões), recolocaria o time na Champions League, o que significa pelo menos 53 milhões de libras (R$ 393 milhões) a mais em direitos de TV.

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